
Phantasy Star 4 ou Phantasy Star The End Of The Millennium é… o melhor jogo de toda a saga Phantasy Star sem nenhuma dúvida e quem discorda é simplesmente facista. Sério mesmo, não estou aqui para seguir a manada, ser modinha ou simplesmente repetir o que a internet inteira já diz. Essa é mesmo a minha opinião! PS 4 é um jogo muito foda e o melhor até agora disparado!
Sim, vamos combinar que a concorrência não estava muito grande. Foi cada trolha, cada beliscão de zíper na bola esquerda e cada bicuda no pé do sofá, que até já estava perdendo as esperanças de jogar algo bom. Sem nem comentar que tem uma caralhada de jogo MMO pela frente.
Mas vamos focar em coisa boa, vamos falar de Tekpix (essa piada aqui já passou do prazo de validade, desculpem). Phantasy Star 4 é mais um jogo de JRPG dos manos que perderam a guerra de consoles do inicio dos anos 90. Ele foi lançado entre 93 (JP) e 95 (resto do mundo) para o Meguinha (conhecido como Genésio no EUA), mas hoje tem até para controle smart de ar-condicionado. Pelo que vi a ideia era ele ser lançado para o sistema Sega CD, que um dia explico melhor, mas acabou saindo para o Mega mesmo devido ao tempo longo de desenvolvimento que o mano já estava tendo.
Quem trabalha com projetos manja qual é a dessa aí. Seu chefe chega e pede para que o produto até faça café da manhã, mas na hora do prazo, te dá tempo apenas para que ele escreva em tela “Bom café da manhã!!”. Aí é aquela coisa, lança o que dá, porque “Times is Money!!”.
Esse jogo é tão maravilhoso que ele trouxe de volta aquelas duas coisas que a gente ama nessa época. Os nomes de personagens totalmente diferentes do original e a capa lixosa desgraça ultra cursed. Dá uma curtida:

Obrigado Sega!!! Vocês facilitam muito meu trabalho dessa forma. Se eu não estou enganado, vi essa mesma capa em um rótulo de cachaça que estava em um despacho numa encruzilhada próxima a minha casa. O negócio te dá uma sensação de jogo medieval sinistro dark fantasy, mas o jogo é Anime Futurista. Tudo haver. Sem falar que mudaram completamente a paleta de cores do Rune e da Rika (Que é cara da Milla Jovovich). Parece capa de filme genérico de aventura que passou 10 mil vezes na sessão da tarde.
Sim, o desenho não é feio como alguns outros que a gente viu, só não tem nada haver com o game mesmo. Padrão. Hei, o Rune está fazendo uma homenagem ao Suárez ou é impressão minha?

Será que o Rune é Uruguaio? Ou ele é Gremista? Quem sabe é fã do trio MSN? Fica a dúvida aí, se alguém puder ir atrás dessa importantíssima informação eu agradeço.
E o jogo? Esse eu faço questão de falar, não vou ficar me enrolando, não. Ele é definitivamente um jogo, mas não só um jogo, é definitivamente um jogo bom. A maioria das mecânicas vem dos games anteriores, mas eles remodelaram quase tudo para ficar mais supimpa. Esse sim tem uma cara de jogo de JRPG nos moldes que a gente ama.
Vou pular a parte de JRPG que é padrão. No caso mapa mundo, exploração de dungeons e cidades, batalhas de turno, sistema de nível com XP, lojinhas usando a moeda mesetas e o resto todo que se você ainda não sabe está no blog errado.Vamos focar no que tem de diferente entre os anteriores e esse jogo aqui.
A primeira coisa que quero comentar é a diferenciação entre técnicas (tech) e habilidades (skills). Sim, aqui temos dois tipos de ataques especiais que os personagens podem usar. E as duas coisas têm funções, inclusive em termos de estratégia, diferentes. O que para mim dá ao sistema de batalhas um molho bem mais interessante.
As técnicas, são as mesmas magias de sempre, só não são chamadas e tratadas assim. Não peguei bem na história o porquê disso, mas levando em consideração as habilidades de certos personagens dá para tirar uma base. Já, já explico melhor. As magias/técnicas vão ser levemente de acordo com a classe do personagem, mas vão sim repetir em vários deles. Tipo a magia Gires, que é de cura, e uns 5 personagens tem ela. Isso já ocorria na série até então não é novidade.
O que é novidade, são as habilidades, que são intrínsecas e exclusivas aos personagens. Assim, Chaz, nosso protagonista, tem variadas habilidades de espada e Rune, o mago do time, tem magias. Entenderam o motivo das técnicas não serem magias? É uma besteira semântica? É, mas só quem usa magias de verdade são os personagens magos. Eu particularmente curti muito essa diferenciação e para mim foi o que brilhou mais os olhos no sistema de batalhas.

Tanto as técnicas quanto às habilidades seguem sendo aprendidas ao passar dos níveis (como era no 1 e 2). O que muda mesmo é que as técnicas usam TP – o MP da saga – e as habilidades têm um uso limitado por quantidade, ou seja, personagem y só pode usar a bola de fogo 3 vezes. Esses limites também são incrementados ao subir de nível, então é bem sussa.
Já que falei sobre as habilidades, não posso deixar de comentar sobre o tesudo sistema de combos. É, Phantasy Star 4 tem sistema de combos!! Já vimos esse sistema em Breath of Fire 4 e Wild Arms 4 e 5, mas em Phantasy Star esse é o primeiro game que usa esse sistema. Para quem não lembra, se trata de ataques poderosos usando a combinação de dois ou mais ataques de personagens.
Não tem como não pagar pau para esse sistema. Isso aqui é suco de anime. Não tem como não ficar de pau duro vendo dois manos usando uma fucking cruz de luz ao combinar uma habilidade de espada com uma magia de luz. Chego a me emocionar. 10/10 top top top.
Claro que nem tudo são flores no sistema implementado aqui. Já que quando você usa o combo os personagens envolvidos perdem seus turnos. Mas nada mais justo que isso acontecer quando você tem a possibilidade de lançar um ataque rasga cu de inimigo. Alguns jogos não fazem todos os envolvidos perderem turnos, mas de boas e eu entendo o porquê. O que não entendo, e que acho um cu, é nem sempre o combo ser executado. Sim, para sair um combo temos uma ordem de ação a ser executada, mas mesmo forçando a ordem às vezes ele não sai. Aí é para mandar todo mundo tomar no cu. Que mania que esses dev’s de game tem de colocar RANDOM() em tudo. Para com essa porra!!

Meio que já estamos falando um pouco do sistema de batalhas, então porque não falar sobre ele agora não é mesmo? Ele segue o mesmo estilo visual do game 2, onde você vê as costas do personagem e os status deles ficam em fila na tela. O que muda em termos de design é a adição do fundo como é no 1 e 3. Ou seja, pegaram o melhor dos mundos. Nessa estão de parabéns.
Outra coisa que estão de parabéns é a remoção completa daquela tentativa nojenta de automação do sistema de batalhas. Aqui você escolhe mesmo cada ação, como tem que ser, e para deixar a coisa mais auto um outro sistema foi implementado que daqui a pouco comento. Graças a God que os manos não seguiram naquele sistema de batalhas!! Não aguentava mais não, em alguma coisa o merda do Gaiden serviu!!
O que segue sendo uma merda daquelas avermelhadas porque você comeu beterraba e mesmo assim toma um susto achando que está com câncer no anus é o sistema de velocidade. Segue na porra do RANDOM() essa naba. Não sei e nem fui atrás de como implementaram o sistema de ordem no turno, mas ou usaram essa entidade maligna das trevas ou está bugado. Você pode estar no nível 99 e lutar com um inimigo de nível 1, e ele ainda tem a chance de agir primeiro que você.
Estou mesmo pensando em criar um grupo anti-RANDOM()!! Estamos em 2023, ano de grandes e importantes avanços para a nossa sociedade e ainda nos deparamos com esse absurdo. Não podemos mais tolerar esse tipo de coisa. Não podemos mais seguir aceitando isso. Se você é conivente com isso, você faz parte do problema. Venha se unir a mim nessa luta!! Espalhe pelas redes e vamos combater esse mal!!

Parando com a picuinha, existe um sistema que facilita automatizar as coisas que se chama Macro. Para quem manja algo de programação sabe como funciona esse esquema, mas para quem tem a sorte de não perder a vida com isso, vou explicar. Nele você pode “programar” quais as ações que os personagens vão executar em seu turno. Aí você pode escolher que um vai dar um ataque físico, outro magia de ataque, outro cura e outro defender. Com isso, você pode simplesmente usar algo pré-pronto no seu turno evitando repetição de escolhas de ações.
Ele não é totalmente auto como rola no WA 3, mas é algo que deixa algumas lutas repetitivas mais simples. Que é só configurar uma macro que arregaça os inimigos e usá-la ao invés de colocar ação por ação. Eu achei um bom meio termo na verdade e usei muito esse sistema, principalmente para grindar. Temos que tirar o chapéu para um sistema complexo assim ser implementado em 93. Caralho!! Os caras se puxaram demais!! Até redime muitos pontos perdidos nos games merda anteriores.
As macros também servem muito para garantir os combos, já que você pode definir a ordem das ações dos personagens. A merda segue sendo o amigo RANDOM(), que já comentei antes. Ah, e caso você configure uma macro onde um personagem use magia e ele estiver sem TP, a macro ainda vale, só o mano vai executar um ataque normal mesmo. Nas macros você também não pode escolher os alvos (inclusive no PS 4 você pode escolher os alvos em batalha, como no Gaiden), aí fica por conta da IA mesmo que na maioria das vezes toma a decisão correta. Às vezes deixa de curar um personagem que está nas portas do Valhalla, mas na maioria acerta.

Seguindo nas batalhas, algo que mudou foi o que rola quando os personagens empunham duas armas. Nos anteriores eles atacam mais vezes, mas aqui acontece apenas um ataque somando as duas armas. Além de mudar a animação de ataque. Eu obviamente preferia mais ataques, mas no final não é algo a reclamar.
É meio que padrão a gente ter veículos para a exploração do mundo e aqui não é diferente. O que é diferente é que quando você está neles a luta acontece usando eles. Sim, ressaltei isso como uma coisa foda de Wild Arms 3, mas em 93 nosso amigo Phantasy Star 4 já tinha feito batalha em veiculos. Está vendo porque esse naba é o melhor? Os caras foram muito à frente do tempo. E se pensar que nessa época se amarrava cachorro com linguiça e tinha que manipular ponteiros de memória, aí não tem como não se emocionar.
Obviamente que o sistema é bem limitado e tals, mas tem que bater palmas de pé. Os veículos em si não são muito variados, para falar a verdade são quase os mesmos do jogo 1, mas mesmo assim tem o seu valor.

Saindo um pouco do sistema de brigaçada e porradaria e indo para alguns menus novos. Temos um sistema novo, mas nem tanto, chamado Falar (Talk). Ele é novo para os jogos JRPG, mas já vimos isso nos adventures. Aqui ele é usado para os personagens interagirem entre si e darem dicas de qual o próximo passo a seguir na treta. Não que precisasse, que em nenhum momento me senti perdido nesse jogo, o que também é ponto positivo, mas é melhor pecar por excesso, né mesmo?
Sem falar que os personagens estão constantemente reagindo ao que os NPC’s falam. Isso é bem foda e tem jogo de hoje que não tem isso. Em PS 4, às vezes um NPC larga um bostaço super ultra preconceituoso e algum dos personagens da party vem e dá a sua opinião ou até xinga o cara de volta. Isso dá uma profundidade interessante para os manos. Me pegou de surpresa.
Em termos de gestão de itens não temos grandes adições. Infelizmente não foi pego o sistema de agregar itens de Gaiden e segue duplicando. O que se torna um problema com o espaço super limitado. No final do game já estava jogando item que cura a party toda fora para terem noção. A bem da verdade esse tipo de coisa é padrão para a época, mas como já tinha sido resolvido no Gaiden, fiquei de cara.
O que melhorou foi as descrições das coisas. Agora tanto nas lojas, quanto nos menu, você pode ler a descrição do item. Isso salva muito mesmo, que sempre ter que testar o que faz cada coisa nova é um saco. Sim, ainda tem descrição que não dizem porra nenhuma, mas aí faz parte da magia.
As armas agora tem de fato uma tela para a sua gestão própria, podendo equipar e desequipar (mesmo sendo difícil de achar a opção de desequipar, ela existe). E nas lojas temos o indicativo de qual personagem pode usar a arma a ser comprada. Só não é 100%, pois não aparece na loja se a arma é melhor que a equipada, mas também já estou pedindo demais. O que podia ter mudado é as armas não ocuparem espaço de itens, mas aí a memória de ½ byte poderia ir para o caralho.

Nem tudo são flores obviamente e não posso passar pelos menus sem reclamar de algo. Não sei como explicar a treta, mas meio que os menus te fazem clicar nas opções sem querer. É tipo assim: você vende um item, aí ele recarrega sua “mochila”, o NPC fala uma coisa e você pode vender outro item, aí você clica para passar a fala do NPC e acaba clicando em vender o primeiro item da mochila. Caras, eu fiz isso até o final do jogo. Não sei qual é a moral, não consegui acertar nunca esse timing. Eu acabei vendendo o primeiro item várias vezes. Só parei de fazer isso, quando o primeiro item da lista não podia ser vendido.
Como disse não sei explicar, mas parece que as falas do NPC encerravam meio abruptas e eu clicava antes da hora. Vocês que jogaram, por favor me digam se rolou isso com vocês ou se é somente eu sendo fora de compasso mesmo? Sou péssimo em jogo rítmico e pode ser isso, só quero saber se tenho que me tratar. Para jogar Guitar Hero, só no very easy para vocês terem noção. Com as paradas vindo a 2 por hora.
Para encerrar os pontos que tenho a reclamar dessa obra de arte, tenho que falar da movimentação. Nossa, essa parte eu odiei. Ele tem o mesmo efeito do jogo 2, que ao você bater nas coisas é jogado levemente para o próximo pixel disponível. Só que aqui a parada escalonou demais, ao ponto dos personagens serem repelidos pelo cenários. Às vezes você quer chegar na frente de um armário, mas é repelido para um espaço vazio e o personagem não analisa o armário e diz: “aqui não tem nada de útil, pare de perder tempo!”.
Isso é muito chato, principalmente na exploração das cidades. Esse lance rola com os NPC’s também ao ponto deles poderem ser atravessados como se fossem fantasmas em alguns casos. Na moral, não gostei mesmo do sistema de movimentação. Nada que me faça desgostar do game, mas que dá uma atrapalhada na exploration, a isso dá. Se bem que nesse jogo não podemos roubar coisas nas casas do NPC’s, chegando ao ponto de até a tomar esporro ao tentar, mas é força do hábito mexer em tudo.

Sei que falei que não ia mais reclamar, mas vejam só, eu menti!! HA HA HA HA!! Falei várias vezes para vocês não confiarem em pessoas na internet. Vou reclamar de mais um leve pontinho e prometo parar. Para PS 4 ser um jogo 10/10 na minha visão faltou só uma coisinha, bem de leve, bem pequeninha, chama Puzzles!! É, sei que isso é uma picuinha braba, mas bem que poderia ter uns puzzles e umas mecânicas diferentes em cada dungeon. O ciclo de gameplay é sempre o mesmo: chega em uma cidade, consegue uma quest, vai até uma dungeon, chega no final dela e mata o chefe. Falta um temperinho, tipo um quebra cuca, alguma mecânica específica para chegar até o chefe ou até ter um tempo determinado para resolver uma treta. O jogo é curto então não chega a ficar repetitivo, mas se fosse um pouco maior já ia dar ruim.
Pelo menos ele tem um sistema de side quests para dar uma variada. Não é algo que se diga: “Nossa, temos aqui um Witcher 3, com side quests únicas e super elaboradas!”. Mas pelo menos tem, o que dá uma aprofundada nos personagens e muda de leve o foco da jornada em certos pontos. O mundo está acabando, mas também é importante achar o doguinho da menininha fofa da vila.
Lembram que falei que ia só reclamar de mais um ponto? Pois é, menti de novo!! HA HA HA HA HA HA HA!! Vocês não aprendem, não é mesmo? Mas dessa vez juro que é o último. Não podemos deixar de falar da dificuldade. Não que esse game seja difícil e nem tenha aquelas dungeons labirínticas de dar nó no cérebro mesmo com mapa em mãos, mas ele é desbalanceado.
Na verdade estou comentando esse ponto para o 4, mas ele serve para todos até agora (e até para outros jogos). O que ocorre é o seguinte: Você começa o jogo e está de boas, aí ele começa a ficar desafiador, depois fica difícil, aí fica super fácil, aí fica super mega difícil, depois fica super ultra fácil e do nada injogável. Não tem uma progressão de dificuldade coerente, saca? Que te faça aprender as mecânicas ao longo da parada e te prepare bem. É muito do nada que o esquema fica dedo no cu e gritaria. Isso torna injogável? Não, mas faz algumas coisas perderem sentido.
Tipo, algumas dungeons mesmo tendo nível alto é aconselhável você evitar qualquer combate para guardar recursos. E já chegar no chefe final da parada no nível ideal para o confronto. Isso faz perder bastante a graça de algumas coisas e quebra o fluxo normal de jogo. Por isso, muita gente torce o nariz para JRPG. Não que seja o único fator, mas é um. Como considero Phantasy 4 um jogo bom, não posso não levantar esse ponto como negativo. Acredito que vocês me entendam.

Em termos de gráfico e som, temos uma puta evolução. Tudo é simplesmente mais bonito e agradável. Muitas cidades se repetem em estilo, mas ainda assim tem bastante variedade. Rola o famoso palette swap, mas tem uma variação muito boa de inimigos também. Algumas músicas também repetem bastante, mas perto de qualquer outro jogo anterior temos quase uma discografia do Roberto Carlos.
Sem falar que tudo está mais animado, as cidades, as viagens intergaláticas, os ataques em batalhas, os diálogos e tudo em geral. Pessoal fez milagre em termos de memória mesmo, são Deuses da programação sem sombra de dúvida.
Gostei bastante também do jeito que rola as cutscenes do jogo. Elas ainda estão usando portraits dos personagens, mas agora são em formato quadrinho. O que dá um charme visual a parada e até mais movimento a tudo. Eu prefiro teatro de bonecos usando os sprites, mas dentro das soluções possíveis levando em consideração a época, está mais que bom.

Vindo do 3, isso aqui é um deleite visual e está a anos luz na frente. Ainda assim, não é nem de longe os gráficos mais bonitos que temos nessa época. O que não tira o mérito de jogo bom no final das contas, mas só para dar aquele leve morde e assopra característico do blog
E a história? Bom, já falei de um monte de coisas que gostei aqui, mas elas de nada valeriam se a história não fosse boa e bem contada. Para quem não entendeu ainda, eu valorizo muito mais a história que o gameplay na maioria das vezes. Posso aceitar gameplay tosco se a história me pegar. Esse é meu jeitinho, não tem como mudar. Sou o cara da lore e da historinha. Fazer o que?
Mas parando de suspense, de fato achei a história do game uma merda completa e nada faz sentido. É tudo de qualquer jeito e os personagens são péssimos e mal explorados. Um nojo em cima de outro nojo!!!

HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA!!! Caíram de novo!! Quantas vezes vocês ainda vão acreditar no que eu digo? Óbvio, que eu gostei da história e de como ela é contada. Puxa, eu seria louco se não tivesse gostado!! Ainda mais sendo apresentada em quadrinhos.
A história em si é clichê, não tem como negar, luta da Luz contra as Trevas, mas o que importa é o recheio. O mundo no estilo futurista apocalíptico Duna é muito bem apresentado e faz parte da trama. Os personagens têm suas motivações para entrar na batalha e vão reagindo ao que ocorre a sua volta. Temos causa e consequência em tudo que vai rolando. E também temos aqueles plot twists que todo mundo gosta se bem feitos.
Os pontos negativos da trama para mim, são o fato dela ser bem corrida e não trazer nenhuma grande mensagem no final da jornada. Isso é importante? Não necessariamente, mas que melhoraria ainda mais, isso sim. No final você se envolve com a trama a ponto de vibrar com a mesma e se afeiçoa aos protagonistas ao ponto de ficar triste quando tudo termina, entendendo que eles vão ser apenas memórias a partir daquele momento. Boas memórias, mas apenas memórias.
Antes de partir para os sapoilers, não posso deixar de dar o título de rei dos fã services para Phantasy Star 4. Caralho rapaziada, o esquema tem referência de toda a saga espalhada por tudo que é lado. Mesmo o que não é referência é uma referência. Pessoal se puxou a ponto de ter referência a comprar um bolo em uma loja suspeita em uma side quest. Tem gente que acha isso paia, eu sou daquela máxima que todos já sabemos:

Spoilers
E a treta começa comer solta depois de 1000 anos da destruição do Cérebro Mãe e do planeta Palma. Ou seja, 1000 anos depois do game 2. Nesse meio tempo tudo estava indo de boas, mas passado os 1000 anos – o número cabalistico da série – tudo está dando ruim de novo. Monstros estão por aí, o clima está um cu e uma leve escuridão espreita mais uma vez. Padrão também, Algol é mais um daqueles lugares insalubres de se viver, como Filgaia, Gaia e Alvorada-RS.
Conhecemos então nossos dois protagonistas do momento, que são caçadores – os faz tudo dos JRPG’s, para quem não lembra, já que não é a primeira vez que vemos essa nobre profissão – no planeta Motavia. Alys Brangwin (Lyla Brangwen no JP), que não tem nada haver com nossa heroína do primeiro game, é só um erro de tradução, e no lugar é uma caçadora super experiente e conceituada a ponto de ser chata umas quantas horas. E Chaz Ashley (Rudy Ashleigh no JP) que é um iniciante, super esforçado, com senso de justiça apurado e que baba um ovo para sua amiga e mestre Alys.
Ambos estão em missão investigando uma infestação de monstros que está rolando na universidade de Motavia. Trocando um papo com o reitor, que é super ultra suspeito, descobrem que a infestação está vindo de um porão que tem no local. Os caras poderiam ter comprado um Baigon Ultra Monster Fucker, mas preferiram chamar uma equipe de dedetização que é mais seguro.
Antes de entrar no porão, nossa dupla encontra com um estudante da universidade chamado Hahn Mahlay (Ran Mahrey) que se oferece para ir junto, pois quer descobrir o que está rolando. Ele diz que estava trabalhando como tirador de xerox de um professor bem conceituado chamado Holt, que desapareceu durante a investigação de um tal Vale do Nascimento e que esse lance dos monstros pode estar relacionado.
Alys então aceita a ajuda do cara, mas lhe cobra 100 mangos, para ir junto. É, nossa protagonista é dessas aí. Hahn aceita pagar, afinal está preocupado com o fessor, e assim o agora trio desce ao porão. No negócio o povo encontra umas estranhas cápsulas que estão gerando os tais monstros. Eles sentam a chinela nos bichos e voltam para ver qual é o pastel do reitor. Falei que o cara era suspeito.
O reitor sendo pressionado abre o bico e explica qual é a da treta. Ele fala que a equipe do professor Holt foi até uma cidade próxima e descobriu umas ruínas antigas – que é o tal Vale do Nascimento que Hahn comentou. Nas ruínas foram encontrados vestígios de uma civilização mais avançada que a deles, que poderia ser o berço da civilização, e também as cápsulas de monstros encontradas no porão. Geral então achou de bom tom seguir estudando tudo isso, realizando testes nas cápsulas e seguindo a escavação das ruínas.
A treta então foi que no meio dos estudos/escavações apareceu um mago super pirocudo chamado Zio (que é um nome bosta para caralho diga-se de passagem) que tocou o fodase na escavação prendendo a equipe e o professor. E deu uma sobrecarga nas cápsulas que começaram a criar monstros de forma desenfreada. Resumindo, os caras mexeram com o que não deviam e deu merda. Não sei que mania é essa que esses cientistas têm de ficar metendo o bedelho onde não devem. Aí o mundo acaba e não sabem porquê.

Sabendo da treta toda, Hahn decide ir ajudar o professor e sua equipe, ao passo que Alys cobra 300 pilas para ir junto, por que ela é dessas. Se bem que ela cobrou barato tendo em vista que o lance envolve um mago fudidão e com nome bosta. Tem uma grande chance dela se arrepender no final das contas.
Nosso trio parada dura então vai até Zema, cidade do Governador de Minas Gerais, que também contém as escavações do Vale do Rio Doce, opa, do Vale do Nascimento. E o lugar está uma dureza completa, até porque o mago transformou todos do lugar em pedra. Alys então se lembra que existe um remédio que pode salvar pessoas da petrificação, afinal ela jogou o primeiro game, e a galera parte para Molcum para mais informações sobre o remédio. Obviamente que Alys cobra mais 500, já que ela é dessas como já frisei.
Nossa gentalha chega a outra cidade, mas tarde demais, pois o mago a destruiu por completo. O mano está com tudo e não está prosa. Mesmo assim, a viagem não é perdida, já que encontram Rune Walsh (Thray Walsh), um tipo de mago poderoso, misterioso, bonitão, que Alys parece arrastar uma asa forte e que pega direto no pé de Chaz. Ele explica que o mago PNC destruiu a vila na moral e que o remédio que eles procuram pode estar em Tonoe, lar dos Motavianos.
Nossa galera então resolve dar uma passada em Krup, uma pequena vila ribeirinha, para pegar algumas provisões, mas de forma suspeita Hahn fica com receio dessa visita. Ele só pode estar devendo, tenho quase certeza que é isso. Homem quando deve dinheiro faz de tudo para passar longe dos lugares onde pode ser cobrado. Tenho vários amigos daqui do RS que fugiram para Santa Catarina por estar devendo.
Se bem que um dia presenciei uma cena peculiar quando fui visitar um amigo em SC. Havia uma padaria quase em frente a sua casa, mas ele nunca ia nela, pois segundo palavras dele o pão era ruim. A gente então andava uns 5 km, para ir a outra padaria que supostamente tinha um pão melhor. Tudo normal, até que em um belo domingo, fomos até essa padaria e a mesma estava fechada, só restando a da frente de casa. Voltamos e percebi que meu amigo estava agindo estranho e antes de chegar na entrada, ele sofreu uma dor de barriga fulminante tendo que voltar para casa, me deixando sozinho para comprar os alimentos do café da tarde. Me parece o caso que rolou com o Hahn aqui, então pode não ter nada haver esse lance de dever grana.

No caso de Hahn, realmente não era questão de grana. Ele não queria que o pessoal descobrisse que ele era original de Krup, que seu pai não aprovava muito esse lance de ser um pesquisador e que ele deixou para trás uma linda noiva chamada Saya. O mano estava só com medo de descobrirem seu passado, maior bobagem. Se bem que até hoje sinto medo quando a minha mãe fala com meus amigos. Você nunca sabe quando ela vai meter um: “E vocês nem sabem o que o José fazia quando via uma barbie pelada…”.
Depois de pegar provisões e saber os podres secretos de Hahn, a turma parte para Tonoe usando uma passagem super segura nas montanhas. Cheia de monstros, doenças e armadilhas. Como disse super segura.
No local encontram Dorin, um velho sábio dos Motavians, que é tão sábio que tem as medidas de Alys na memória e inclusive vende essa informação para qualquer um. Obviamente, que quando a moça descobre isso, senta o cacete no bicho abusado, que nos padrões de hoje está passível de ser processado por assédio. Para se desculpar, Dorin concede a ajuda de Gryz (Pyke em JP), um Motaviano criado a Toddy que perdeu sua família nas mãos de Zio, e libera a galera pegar o remédio contra pedreira que está na despensa da vila.
Nossa thurma aceita a ajuda, mas se arrependem, já que o bicho fica no lugar de Rune, que sai para resolver outras tretas. Não que Gryz seja um personagem ruim, mas que Rune tinha magias de arreganhar rabos muito úteis. Vale salientar que nesse ponto descobrimos o rosto dos Motavianos, que até então era encapuzado. Não que eu saiba ainda o que eles de fato são. Se alguém aí tiver uma ideia eu agradeço, para mim eles parecem uns piolhos peludos.

Após conseguir o remédio, que fica na despensa mais suja e infestada de bicho que a gente já viu, nossa turma volta a Zema. Lá, eles salvam o povo todo da cidade, os pesquisadores e o professor. Tudo então fica numa boa, mas ao invés dos caras largarem mão da escavação, eles acham uma boa continuar com a exploração. E como era de se esperar a piroca come solta mais uma vez.
Nossa gente então vai mais uma vez ao resgate do povo que está sendo atacado por novos monstros. Nem preciso dizer que Alys cobra mais 1000 pilas de Hahn, que bom vocês já sabem. Pelas minha contas, não vai rolar casamento tão cedo para nosso estudante. Ainda mais com o salário fome que ele deve ganhar. Pelo menos se Motavia for assim como nosso Bostil.
Nas ruínas nossa turma encontra um tipo de fábrica, que tudo indica está gerando os monstros novos. Lá, depois de explorar um bocado, encontram uma bichinha oreiuda muito parecida com Nei (PS 2) que diz se chamar Rika. Ela explica que mora no lugar que é uma fábrica biológica criada pela antiga civilização que morava ali para controlar os danos no planeta, mas que está perdendo o controle e criando os monstros de forma desenfreada. A nova gatinha também pede para que o pessoal a acompanhe para trocar um papo com seu mestre Seed.
Seed não é nada mais e nada menos que um ChatGPT, criado pelos primeiros humanos que colonizaram o planeta Mota. Que eu acredito ser terráqueos, mas é só tioria. Seed explica que ele tinha como função o controle de danos do planeta, ou seja, se o planeta começasse a ficar desértico, Seed ia lá e irrigava o bagulho. Se o planeta sofresse tsunamis, Seed ia lá e controlava as marés. Se o planeta sofresse um terremoto e ficasse com uma rachadura, Seed ia lá consertar. Se o planeta fosse ficar sem comida, Seed ia lá e criava novos animais comestíveis. Resumindo, Seed era o Severino de Motavia.
Tudo ia às mil maravilhas para ele, mesmo depois da destruição do Cérebro Mãe, que deveria ser o PC central, mas du neida as coisas saíram de controle. Tudo foi para o caralho e o sistema central, chamado Nurvus, ficou piroca da cabeça e começou a criar a bicharada do mal. Seed também explica que a única forma do controle voltar é desativando Nurvus e colocando o lance no manual, mas que só existe uma androide que pode fazer isso chamada Demi (Flena no JP), que está, vejam só, cativa de Zio em sua torre.
A treta escalona rapidamente como vocês viram, mas a turma entende que devem fazer alguma coisa já que o bem do planeta está em jogo. Alys inclusive esquece esse lance de grana e sugere que todos enfrentem Zio para parar a palhaçada. Todos então concordam, mal sabendo que a tarefa não é essa moleza toda, e a nova missão é ir até a torre sentar a chibata no mano e recuperar a robozita que pode ajudar. Nesse momento Rika também entra para o time, afinal ela é uma criação genética feita para o combate e para esse momento como era sua “parente” Nei e seu descendente Myau.

O pessoal volta para a superfície e Rika fica impressionada e feliz por conseguir ver com os próprios olhos tudo aquilo que aprendeu durante sua solitária estadia na fábrica. Infelizmente a felicidade não dura muito, pois logo que a galera sai das ruínas, Seed se autodestrói, levando em conta que seus sistemas já estavam comprometidos e sua missão, que era criar Rika, já estava completada. Rika fica triste por perder sua figura paterna, mas não rola muito tempo para isso, afinal existe o tal mago esperando para ficar com o bumbum vermelho.
Depois de zanzar por aí e resolver umas leves tretas, o povo chega a uma cidade que contém a igreja de Zio. É, o mano meteu até uma fonte de renda livre de impostos. O bicho é brabo mesmo. Nossa turma levanta algumas infos na city, entende que tem louco para tudo – inclusive seguir salvadores com 0 credibilidade – e partem para a porrada na fortaleza do mano.
No lugar, depois de matar uma caralhada de monstros, o pessoal encontra Juza, um tipo de general de Zio. A luta é treta, mas a galera se dá bem, conseguindo liberar a robozinha Demi. Que inclusive é a coisa mais fofa do mundo, se eu não fosse esse homem másculo que sou, compraria uma figure dela.
Tudo parece tranquilo, até que o próspio Zio aparece na jogada. Aí o caldo engrossa feio. A nossa turma até tenta fazer alguma coisa, mas são derrotados de forma humilhante. O tal Zio é tão pica que nada causa dano real nele, sem falar que é ajudado por nossa já conhecida Força Negra (vilão que ama um baú). Nesse processo Alys acaba se ferindo gravemente ao tentar salvar Chaz e a galera tem que fugir vazado com o osso ruído e o rabo entre as patas.

Os manolos então voltam para Krup, mas não conseguem salvar Alys, que foi atacada por um mal muito poderoso. É tipo aquelas ressacas que a gente tem quando mistura tudo que é bebida que vê pela frente. Geral então fica na fossa, mas entendem que Rune pode ajudar de alguma forma, já que ele é um mago. Eles então partem atrás do mano, que pelo que Gryz diz está em uma torre com Dorin.
Para conseguirem acessar a torre o pessoal precisa de uma forma de cruzar o deserto, mais especificamente a areia movediça que tem nele. Por um milagre de roteiro, Demi avisa que existe um tipo de veículo que eles podem usar e que está em uma antiga casa de máquinas.
Chegando na casa das máquinas, Demi restaura a famosa Land Rover e explica que na real o lance dos monstros e o descontrole do clima não está relacionado necessariamente com Zio. Ela explica que existe um tipo de satélite, chamado Zelan, que serve como estação central e que ele está em parafuso ferrando com tudo. Ela não tem ideia do porque o negócio despirocou, mas que ele também deve ser reconfigurado para que tudo volte a dar bom.
Como Alys está pela hora da morte e Zio é o problema mais próximo de resolver, nossa turma segue para a torre onde Rune se encontra. Encontrando o maguito, o pessoal explica a treta toda, ao passo que ele diz que estava na torre justamente atrás de um tipo de cajado psíquico que pode abrir a guarda de Zion. Ele poderia ter lançado essa braba antes do pessoal se estrepar? Sim, mas aí não teria graça. Acho que se der ruim para Alys a coisa não vai ficar boa, mas o mano tem uma cara de que sabe dos paranauês.
Geral então encontra o cajado e sai vazado para tentar salvar nossa protagonista de comportamento duvidoso, mas já é tarde demais. Mesmo com esquema, Rune não consegue curar a mina que acaba indo dar oi para o papai do céu mais cedo. Pois é, mais uma vez PS mostra que FF 7 só estava copiando ele na cara dura.

Fica então aquele climão de merda igual quando seu tio Bolsonarista conta uma piada racista na ceia de Natal, mas ninguém fala que Rune poderia ter impedido o povo de ir tomar uma sova. No lugar todo mundo fica triste, mas entendem que tem que parar o mago para vingar a amiga e respeitar sua memória. Ela era meio pau no cu? Era. Ela era interesseira? Era. Ela era super grossa e violenta? Era, mas quem nunca teve um amigo opressor assim que atire a primeira pedra. Saudades, Marlon!! Vários pescoção na quinta série!!
Antes da turma partir para o segundo round, Demi explica que Nurvus, a central que só ela pode desligar, fica justamente na torre de Zio e que eles vão matar dois coelhos com uma bazuca indo de novo ao lugar. O mano que não é bobo construiu sua fortaleza em cima da parada. É um PNC, mas que é inteligente, isso é. Virei fã do mago negro genérico.
Usando o cajado Rune abre a passagem para Nurvus, ao passo que a turma é mais uma vez interpelada pelo mal feitoso da vez. Ele mais uma vez ataca todo bobunicado virado na desgraça com uma imagem da Força Negra nas costas, mas é enfraquecido pelo cajado porreta de mil e uma utilidades que vai ficar ocupando espaço no inventário até o final do game.

Chibata canta no lombo do mano, Alys é vingada e Demi consegue se integrar com o sistema Nurvus para pará-lo. Não que isso resolva a treta toda, já que como a robozinha já tinha dito antes existe um satélite central que está mandando os comandos errados para Nurvus.
Chaz, Rune e Rika então resolvem seguir até o fim na treta, enquanto Gryz volta ao seu povo e Demi fica integrada com Nurvus. Acabei esquecendo de dizer, mas Hahn sai do time no momento em que Alys se machuca, acho que peidou na farinha depois da luta contra o mago do mal.
Para quem não se ligou ou só frequentou o Mobral, um satélite fica fora da órbita do planeta e para ir até o lugar nossa gente precisa encontrar a famosa nave espacial. Não que seja difícil achar, já que Demi tem o controle de uma agora que está integrada ao sistema geral. Se tudo fosse fácil assim em JRPG a gente evitava umas 15 horas de game.
Nosso trio então parte para Zelan na nave e lá encontram um velho conhecido nosso, o androide milenar chamado Wren. Na verdade acredito que ele não tenha nada haver com o personagem do 3, mas vale a menção. O que tenho certeza é que Wren foi mestre de Rika e lhe ensinou a lutar e tudo que sabe. E que o bicho usa cada trabuco maneiro que até deixa o jogo no easy em alguns momentos. O cara pode arregaçar robôs como se fossem caixa de sapato, muito treta!
O que não é treta é quando ele fala que na real o problema não está em Zelan e sim em Kuran, um satélite gemeo que foi hackeado por algo maldito. Aí deu uma gastada, vou confessar, parece aquele puto daquele Toad no jogo do Mario, que fica dizendo que a princesa está em outro castelo. Porra, parece quando você vai tentar resolver algo na prefeitura e te mandam para um milhão de orgãos publicos por que nunca é no lugar que você está que resolvem.
Bom, como não temos muito com quem reclamar, nossa turma pega a nave e parte para Kuran. A merda é que são atacadas por um lacaio de alguém misterioso que sabota a nave, fazendo-a cair no já conhecido planeta gelado de Dezoris. Será que o pessoal não derrotou Zio por completo? Derrotaram sim, o lacaio era da Força Negra mesmo, não tem porque fazer suspense quanto a isso.

Na queda a galera destrói o templo onde morava Raja (Su Raja no JP), um simpático velho Dezoriano, que gosta de inventar uma lorota, é alívio cômico e super ultra mega master útil com suas magias de cura e buff. O cara até fica puto no início, afinal vai ter que entrar para MTST, mas decide perdoar o pessoal se eles o levarem junto na aventura.
Como o pessoal está devendo para o mano verde, ninguém se opõem e o carinha ainda explica que está rolando várias tretas no planeta das neves. Ele explica que várias cidades estão sendo atacadas, que está rolando doenças, que está rolando nevasca intensa, que está rolando show de trap, que os jovens estão gastando os salários dos pais na Blaze e mais um monte de outras atrocidades. E que isso tudo ocorre por causa de uma torre sinistra chamada Garuberk.
Não que alguém dê bola para esse velho maconheiro, que a turma está mais preocupada em conseguir uma nave para ir até Kuran. A sorte é que Raja não leva para o lado pessoal o total descaso dos novos companheiros e comenta que sabe onde tem uma antiga nave que pode ser usada. Essa nave, segundo ele, foi usada anteriormente por humanos que chegaram a Dezoris. Eu imagino que seja do pessoal do dois, mas posso estar errado.
Chegando ao local da nave, a galera consegue magicamente torná-la funcional mesmo depois de 1000 anos e parte para ver o que está rolando no outro satelaito. No local enfrentam uma caralhada de monstros e a própria mestra de Zio, a já manjada Força Negra.

Em nosso quarto encontro a bicha já não está com aquele gás todo e apanha facilmente do nosso povo. Ainda mais se você fez aquele farmizinho maroto, que eu sei que você fez. Wren então passa um antivírus em Kuran tirando os Baiudus tudo e a situação de Motavia está totalmente resolvida. O que não ocorre com Dezo, que continua um inferno gelado. Tudo indica que de fato Raja estava certo sobre a torre Garuberk no final das contas.
Não que o grupo dê novamente ouvidos para o cara, que obviamente não tem credibilidade. Eles vão até uma cidade zumbi, vão a uma fábrica, vão a um templo, vão a um centro climático, mas não encontram a causa das desgraças do planeta. Só quando Raja acaba caindo doente mesmo é que o povo decide que de fato vale a pena tentar ver o que tem nessa torre que ele falou.
Aí já é sacanagem dessa gente! Que coisa absurda! O pessoal escuta de vários NPC’s que Raja é um contador de histórias? Sim e daí? O pessoal percebe que Raja foi morar isolado por ter sido expulso da igreja? Sim e daí? Ele quase sempre não fala nada com nada e conta piadinhas como se estivesse emaconhado? Sim e daí. Os Dezorianos tem fama de mentirosos desde o game 1? Sim e daí. Nada disso era motivo de desconfiar do nosso mano Green. Achei vacilo real!
No caminho para a tal torre nossa gente acaba salvando uma coisinha linda chamada Kyra, que estava sendo abusada por galhos de árvores demoníacas. É, du neida a parada mete um Hentão na sua cara. Melhor não jogar na sala. Kyra explica que vendo a merda toda agarrar no planeta, tentou sozinha ir até a torre e parar o mal, mas se fudeu de verde amarelo.
Ela explica que é uma Esper – que para quem não lembra eram os seguidores de Lutz (Noah) do game 1 e que ficavam justamente de Dezo – e que seu mestre é o único que deve saber um jeito de passar pelas árvores taradas. Kyra também fica com um papo da irmã mais velha para Chaz, que todo mundo sabe onde vai dar. Quem gosta do Japão deve estar ligado já no que estou falando.
Nossa turma então parte para a mansão dos Espers, lar dos seguidores de Lutz, com o intuito de encontrá-lo. Na verdade, Chaz acha tudo uma bobageira, já que nenhum humano pode viver tanto tempo. Eu até concordaria com o cara, mas já vimos o mago no 2, então o que são mais 1000 anos para quem está todo mumificado.
Na mansão a nossa gente parte para a câmara onde Lutz se encontra, mas são barrados pelos guardas. Que deixam-os passar ao reconhecer Rune, que tudo indica é conhecido no lugar. Na câmara o nosso maior plot twist é revelado…

Rune é Lutz!!! Na verdade, está mais para um parente, mas é Lutz!!! Ele explica que realmente não existe uma forma de um humano passar tanto tempo vivo mesmo e que Lutz implementou um sistema de repassar as suas memórias para seus predecessores. E que ele, Rune, é o predecessor escolhido da vez. Cara meteu um cheat na vida aí, imagino que o Lutz encontrado no 2 também não seja o original.
Rune então absorve as memórias de seus antepassados e fica mais sábio, não poderoso, mais sábio, que em gameplay não muda merda nenhuma. Ele diz que Chaz foi escolhido como o herói que vai lutar contra a Força Negra que de alguma forma ainda está viva. Chaz acha estranho esse papo todo, afinal Rune até uns minutos estava pegando direto no pé dele, mas aceita continuar na loucura já que está com merda até o pescoço.
Rune então com as memórias de Lutz, explica que para chegarem à torre Gabijhdkjirf, vão precisar pegar um tipo de tocha mágica que fica em um templo próximo chamado Gumbious. Bem simples na verdade, nem precisava de todo esse showzinho de revelação.
Nossos heróis dessa nave louca vão até o templo, mas o sacerdote se nega a entregar o seu maior bem para um bando de pé rapados, mesmo que um deles seja o mago pica do passado, Lutz. Para a sorte dos nossos manos, a parada é roubada com o poder do roteiro conveniente por estranhos magos. Que dizem que se o grupo quer a tocha devem seguir para o castelo flutuante. Castelo esse que é o local da batalha semifinal do primeiro jogo.
Geral então não entende porra nenhuma, já que o castelo flutuante ficava em Palma e o planeta foi destruido. Wren e Demi então fazem uma varredura pelo espaço e encontram o castelo vagando da forma mais fumada possível no espaço. Só pode ser obra do coisa ruim!!
Como nossa gente é destemida e burra para caceta, aceitam o desafio e vão até o castelo. Que é uma puta dungeon, cheio de monstros de arregaçar o cu, caminhos sem saída e baús com coisas inúteis. No final enfrentam os magos larápios e seu mestre, que é o próspio Lassic (Lashiec no EUA ou Reipard La Shiec no JP) virado em zumbi.

É virado em zumbi e na desgraça, que o mano não vem de pau meia bomba não. Rapaz, esse carinha aí é treta! Mais treta que sua versão original. Para mim é o pior chefe do jogo disparado. Vem sem preparo para você ver. Você é moído bem facinho.
A sorte que nosso pessoal é destemido e manda o bicho chato para o colo do 7 espadas. Que ainda mete aquele clichê de que vai voltar mais uma vez para cumprir sua vingança e meter o louco com sua amiga Força Negra. Vai de retro!! Até fiz o sinal da cruz aqui!!
Recuperando a bendita tocha, nosso grupo volta às vezes para a torre, que agora fica sem as árvores abusadoras no caminho e acessível. Depois de passar por um monte de salas gosmentas encontram mais uma vez nossa amiga Força Negra, que só pode ser Brasileira que não desiste nunca.

O bicho está mais feio que nunca, mas como nossos manos já estão sacando qual é a dela a luta é tranquila. Tudo então parece resolvido, param as doenças, os traps e a nevasca. Fim de jogo então e até a próxima? Óbvio que não, já que mesmo derrotando pela segunda fez o bicho do mal, um poder maligno destrói o templo Gumbios, que era o local que armazenava a tocha mágica que Lassic surrupiou.
O pessoal já cansado das tretas vai até o templo – menos Kyra que volta à mansão – onde o sacerdote conseguiu se salvar e diz que os heróis devem encontrar Rykros para deter a Escuridão Profunda. Geral mais uma vez fica sem entender nada, mas o mano diz que eles devem achar o aero-prisma, pois ele pode indicar onde fica Rykros. Rune que tem a sabedoria de Lutz manja que o prisma fica guardado no templo dos soldados em Mota e a nova missão começa. Para quem não ligou o nome aos bois, esse prisma foi usado no game um para mostrar o castelo flutuante que estava oculto.
Antes de chegar no tal templo dos soldados, nossa gente conhece um simpático arqueólogo chamado Seth Shizlabram (Shiam Shizuabram no JP). Que pede para seguir junto no grupo, pois queria ver o prisma também, mas tinha medo dos monstros que ficavam no caminho até o templo. Geral aceita e o cara segue até o templo, babando o ovo de como a turma é habilidosa, bonita, linda, cheirosa e cremosa. Nada suspeito.
O prisma então é encontrado facilmente pela turma, que é atacada por Seth, que na verdade era a Força Negra disfarçada de gente. E aí fica a lição do dia, desconfie de quem muito te elogia. Prefira amigos que te xingam, te colocam para baixo, pegam a tua mulher (ou homem), que te roubam e que te maltratam. Esses sim são amigos de verdade.

– Bom dona Força Negra, quem leva três sarrafos pede música no Blogástico, então qual vai ser?
– Ahhh, estou muito lisonjeada, quem sabe toca um The Number of The Beast, ou alguma do Ozzy Osbourne, quem sabe alguma do AC/DC.
– Só podemos tocar uma senhora, tem que escolher uma aí?
– Estou tão indecisa, são tantas. Ahhh, já sei toca um Ilariê da XUXA para mim e de preferência de trás para frente!!
– OK!!
Nossos manos entedem que o circo está se fechando, já que o capeta está até usando de artimanhas para ludibriá-los, e usam o prisma sem demora. Ele revela uma localização no meio da puta que me pariu do espaço. Como estão sem muita alternativa, pegam sua navita e vão até o lugar.
Para sua surpresa ao chegarem perto, descobre um planeta oculto, que tudo indica ser o tal Rykros. Eu teria ido embora, mas a turma valente pousa no lugar e encontram um tipo de entidade chamada Le Roof, que parece nome de restaurante vagabundo que coloca nome francês apenas para cobrar os olhos da cara.
Lee Roof dá as boas vindas aos “protetores” e diz que os estava esperando ansioso. Também diz que está muito a fim de explicar a porra toda que está rolando, mas que só pode fazer isso se o grupo passar por duas provas, uma de coragem e outra de força. Era melhor fazer uma autenticação em cartório? Era, mas quem aguenta fila em cartório, melhor subir uma torre cheia de monstro de pau duro mesmo.

E é isso que nossa turma faz. Eles vão até duas torres que ficam em Rykros e derrotam seus guardiões para pegar anéis de poder que lhes habilitam como “protetores”. Quase virou outra série, mas ainda estamos em Phantasy Star, não se preocupem, não vão aparecer elfas guerreiras de armadura super impulsivas que deveriam ser feiticeiras cheias de sabedoria.
Com a prova em mãos, Le Roof solta o lero mais que eu depois de beber uns 4 latão de Local quente. Ele explica que Rykros é um planeta auxiliar que tem uma órbita diferente dos outros, ao ponto de só aparecer convenientemente de 1000 em 1000 anos, para ajudar Algol.
Também fala que existiu uma grande guerra entre a Luz e a Escuridão no início de tudo. Para o bem da humanidade, a Luz venceu e selou a Escuridão em uma outra dimensão, fazendo a vida fluir em Algol. Não que o selo fosse eterno, pois o mesmo começou a enfraquecer aos poucos e de 1000 em 1000 anos, a Força Negra, maior aliada de Escuridão Profunda, aparece para diminuir a força dele. Por sorte, todas as vezes grandes guerreiros derrotaram a lacaia, mas neste momento o selo está muito fraco e pode se romper liberando o mal de sua prisão dimensional. Cabe então aos escolhidos da vez partirem para os domínios da Escuridão e a enfrentarem para restaurar o selo que a prende.
Épico não é mesmo? Até fiquei com vontade de ir também. Pena que nosso mano Chaz não curte muito esse lance de escolhido e manda Le Roof enfiar no cu toda essa ladainha. Perdeu a linha mesmo.
Rune então vai atrás do mano para tentar lhe convencer do dever, mas Chaz está cheio de dúvidas e não acredita ser esse herói todo da lenda. Eu até entendo o cara, já que até um tempinho atrás ele estava ajudando a matar uns passarinhos que estavam fudendo a plantação dos pequenos agricultores e agora isso? Ninguém ia tankar essa assim não.
Rune vendo que não ia rolar o convencimento, leva todos até a mansão dos Esper’s. Onde pede para Chaz entrar em uma passagem secreta em sua câmara. Ele contrariado entre e encontra uma estauta de Alis (não Alys) segurando a poderosa espada Elsydeon. Chaz então a empunha e todas as lutas contra o mal dos outros personagens passam por sua mente. Ele também vislumbra sua mestra Alys (não Alis) e entende que é seu papel lutar contra o mal. Foi convencido rapidamente para quem estava cheio de dúvidas? Muito, mas vamos entender que ele viu um monte de minas enfrentando o capeta e ia pegar mal ele não fazer nada.
Por uma leve coincidência de roteiro apressado, no mesmo momento que Chaz se decide, uma fenda se abre no meio de Motavia. Fenda essa que nem preciso dizer que leva a dimensão onde a Escuridão Profunda deve ser enfrentada.
Toda a turma então se reúne e é toda a turma mesmo, além dos fixos, Hahn, Gryz, Demi, Raja e Kyra aparecem. Somente Seth não cola no rolê, mas meio que já era de se esperar. Nesse ponto você escolhe um deles para te acompanhar, mas eu gosto de pensar que todos foram juntos se arriscar. Nada haver os outros manos ficarem esperando na “base” enquanto 5 se arriscam.
Seguindo, geral entra na fenda e dá de cara com a dungeon mais psicodélica de toda a saga Phantasy Star. Sério mesmo, tomem um remedinho antes de ir para o confronto final, se não pode dar piroca. Um AVC é bem possível de rolar.
Depois de andar por caminhos tortuosos, nossa turma encontra com a vilã por trás de toda a merda de 4 jogos, a Escuridão Profunda. Ele tem um nome genérico, mas muda de forma ao longo da batalha, então ganha pontos. Todo mundo sabe que chefe que não muda de forma é golpe. Todo o JRPG tem que ter chefe final que muda de forma, está no estatuto honorário dos JRPGistas!!

A luta em si não é aquelas coisas, é mais cansativa que difícil, já que o negócio tem um monte de HP. No final o que importa é que nossa turma manda o bicho de volta para o buraco de onde saiu. E a desgraceira termina em Algol. Pelo menos até ela tentar voltar, já que todo mundo sabe que requentar vilão é padrão da indústria.
Com tudo bacana, com tudo maneiro, nossos manos voltam cada um para seus afazeres. Rune volta a se aventurar pelo mundo, Raja volta a mentir em Dezo, Kyra volta para a mansão maromba, Gryz volta para o povo peludo do deserto, Wren, Demi e Rika voltam ao espaço para cuidar dos sistemas e Chaz fica chupando dedo. Pelo menos é o que parece, mas rapidamente a nave dos robôs volta e Rika decide viver com ele para transar loucamente e ter vários filhos gatos. Não que tenha isso na trama, mas com toda a certeza que vai rolar.
E então foi isso minha gente. Graças ao cara lá de cima pude jogar algo da saga que realmente me agradou. Já estava pensando em largar a mão de jogá-la e partir para outra coisa. O game é bem redondinho nos sistemas e na trama. É genérico em vários pontos, mas mesmo assim é o genérico bom. Me envolvi com os personagens e até fiquei feliz demais com o desfecho da aventura. Tem uma coisa chata aqui e ali e poderia ser um pouco mais, mas nada que comprometa o principal fator dos jogos, que é a diversão.
Caras, recomendo demais essa jogatina do fundo do coração. Só joguem, vão sem medo que a parada é boa mesmo, não é mentira. Dá para rodar isso aqui em qualquer lugar e não é difícil achar formas de rodá-lo. Tem até na steam! Só vai, nem pensa muito!!
No mais é isso, estou tão feliz que nem vou largar aquele bostaço de sempre no final. Prefiro manter essa sensação já que pode ser a última, considerando o que vem pela frente…