
Terranigma
Terranigma é o terceiro título da curiosa saga chamada Gaia, que foi lançada inteira para o SNES e que poderia muito bem receber um remaster para as plataformas mais modernas por serem jogos extremamente divertidos. A Quintet já foi para as cucuias, eu sei, mas não estou aqui para dar soluções, só ideias mesmo. O direito dessa franquia toda pode estar no limbo, mas bem que alguém poderia ressuscitá-los seguindo a onda de remasters de jogos velhos cheios de poeira e fazer uma garota e um pinguim feliz. Porque um pinguim? Bom, o dia que você jogar esse game vai entender. O game em si segue sendo um RPG de ação, só que com foco ainda maior no RPG. Aqui você tem até progressão com XP e nível para terem uma ideia. O foco também segue sendo na exploração de masmorras e resolução de enigmas, que já adianto são o cão chupando o pau do seu tio pedreiro que não toma banho faz uma semana. Caralho gente, nunca me senti tão ignóbil na minha vida, quanto jogando esse manolo aqui. Até tive que meter essa palavra difícil, ignóbil, para tentar dar uma elevada na moral. Sai desse game não sabendo nem me vestir mais para terem uma noção. Nada é mais humilhante para um homem de 35 anos do que ser vestido pela própria mãe ou esposa.
Ficha Técnica
Publisher | Enix na Japa Nintendo no Resto |
Desenvolvedor(es) | Quintet (tenho quase certeza de que foi absorvida pela Enix, vulgo Square) |
Diretor | Tomoyoshi Miyazaki (subiu de cargo, parabéns) |
Produtor | Masaya Hashimoto Shinji Futami Jun Toda (Toda) |
Designer | Tomoyoshi Miyazaki (na real, só tomou mais trampo nos cornos) |
Artes | Kamui Fujiwara |
Músicas | Miyoko Takaoka Masanori Hikichi |
Plataforma | SNES (e, se perdeu) |
Lançamento | Japa – 20 de Outubro, 1995 Resto – 19 de Dezembro, 1996 |
Resumão para não ficar perdido
Nossa doidera maluca da vez acompanha Ark, um menino muito do serelepe, arteiro e do barulho, que adora causar caos em sua pequena vila chamada Crysta. Ele também gosta de meter aquele namorico com Elle a costureira, mas deixa quieto, pois estamos em um blog de família. Tudo anda bem na vida de nosso mano, até que o sábio da vila o faz encontrar uma misteriosa caixa que fica em uma sala secreta trancada cheia de red flags dizendo que é melhor não encostar no troço. O que obviamente Ark faz e desencadeia o congelamento de todo o populacho de Crysta. Falei que o menino era arteiro, não falei? Vendo que passou da conta na traquinagem, nosso jovem grita que nem uma menininha, mas é confortado por um morceguinho que sai da caixa. Moguerço esse que se apresenta como sendo Yomi o guardião da caixa de pandora, que é a caixa misteriosa. Ele também diz que tudo está ocorrendo nos conformes e que Ark não deve se preocupar, já que está cumprindo seu destino. Sim, o papo do guerço é bem furado e Ark sai em disparada para pedir conselhos para o sábio da vila, já que ele o meteu nessa roubada. O velho então diz que realmente esse papo de destino é verdade e que agora Ark deve salvar a vila passando por desafios que se encontram em 5 torres do submundo, que é o local onde se encontra a vila de Crysta. Sim, submundo mesmo, ou inferno, lar do sete pele, lar dos capirotos capirotescos, seja lá o que você achar melhor. Nosso maninho então se equipa com uma lança e sai por aí tentando passar pelos desafios das torres. Algo que por incrível que pareça consegue com certa facilidade, ainda mais sendo um jovem sem nenhum treinamento de combate real. E ele não só libera a sua vila não, pois a cada torre conquistada, percebe que continentes que estavam submersos no mundo da superfície voltam a emergir. Eles estão completamente desertos e quase sem vida, mas estão pelo menos de volta no mapa. Nem preciso dizer que fazer a vida voltar para os continentes passa a ser a nova missão de Ark, que não vai mais ter vida fácil de pestinha. Pois é, ele vai ter então que subir até a superfície, reviver plantas, aves, animais e até o vento que estava dormindo. O mundo assim já estaria bem, é claro, mas infelizmente nosso amigo também tem que reviver os humanos. O que traz muita treta, ganância, um cientista maluco, uma pandemia, músicas do Oruam, filmes musicais como Emilia Perez, preços altíssimos nos mercados para a gente ter que comprar produtos de baixa qualidade, além de despertar uma antiga guerra entre a Luz e as Trevas, que explicam o porquê do mundo estar na merda que estava antes de menino Ark entrar em ação. A sorte dele é que não vai estar sozinho nessa, já que tem ajuda de Fyda, uma grande guerreira com passado triste, Kumari, um monge doutor roteiro, Liem, um Simba com pouco carisma, Meihou, um sábio que anda por tudo, Meilin, que mais atrapalha que ajuda, e Perel, um mano skatista super cool!!

Lorota
Faz mais sentido, mas recomendo o uso de drogas.
Em Terranigma podemos ver mais uma vez que a parada deu um salto em termos de complexidade narrativa e de conceitos. Nada mais desse papo de guerreiro semi-deus salvando o mundo. Vamos de cabeça em uma guerra entre o céu/inferno e seja o que Gaia quiser. Ainda existem muitos pontos que deveriam ser melhores, personagens que deveriam ser mais trabalhados e até conceitos mais aprofundados. Só não vou poder negar que a ordem que a trama é apresentada faz muito mais sentido do que era em Illusion of Gaia. Nesse jogo você consegue entender muito bem o que está rolando e o sentimento de progressão narrativo é bem mais perceptível e diria menos truncado. Também gostei muito mais da turminha de Ark, que carece de mais tempo de desenvolvimento, mas o pouco que tem já me deixou apegado. Me agradei até mesmo da Meilin, que é a mais chatinha. Qualquer um de nós se perdesse os pais e tivesse o poder de criar ilusões faria o que ela fez. Ainda é errado e muita gente morreu por isso, mas é entendível. Também me envolvi muito com o mundo, ainda mais conforme fui liberando novas raças e cidades e percebendo que a parada se trata do nosso planeta. Sim, uma versão do nosso planeta, mas é tanta referência que me senti quase em casa. O esquema é sutil e às vezes carece de uma melhor delimitação de passagem de tempo, só não dá para negar que a construção da lore é satisfatória. Ainda mais quando você consegue fazer as cidades chegarem ao seu máximo desenvolvimento. Ao custo de poder falar com plantas e animais, algo que me senti triste real, mas que foi um bom paralelo com a nossa realidade. Poxa, que bacana seria se a gente conseguisse se conectar com tudo como os primórdios desse mundo de Terranigma. Acho que alguns problemas nossos estariam resolvidos. Um papo tchola? Sim, um papo tchola, para demonstrar que não sou todo esse monstro sem coração que pinto. Só não dei uma nota melhor, pois acho que falta muito de desenvolvimento por parte dos antagonistas e de algumas psicodelias deslocadas no meio da parada. Pode ser que me faltou um pouco de ácido, ou sei lá, só sei que se removessem não faria falta nenhuma. Virar bebe, sua namorada tentar te matar, depois virar adulto de novo, misturando dois mundos espelhados, me deixa com um certo nó na cabeça, eu confesso.
NOTA: 2.0

Playada
Não era para ter mexido.
Falei no post de Illusion of Gaia que sempre iria dar nota máxima para esse estilo de jogo, então você já deve imaginar o que vai rolar aqui, não é mesmo? Ainda mais colocando mais elementos de RPG na jogada. Aí o negócio vai para nota 3.0, não é? Pois bem, não é. Sim, sou um poço de contradições e espero que esse seja o charme que faz alguém ler essa naba de blog. Gostei bastante dos elementos de RPG que foram implementados, como progressão de personagem, como o mapa mundo navegável tendo até ships, como status negativos no personagem (confusão, sono, poison e afins) e sistema de gerenciamento de equipamentos onde os mesmos têm efeitos únicos. Só não precisava focar tanto nisso e largar a mão daquele estilo mais cadenciado onde você tinha que entender o padrão dos inimigos para vencer. Não me entendam mal, eu amo ficar OP e matar tudo o que se mexe com apenas um golpe, só acho que isso enfraquece a proposta desse estilo de game aqui. Tanto que nesse jogo temos uma sucessão de momentos feitos para te lascar que dão nos nervos. Os caras fizeram Dark Souls antes de Dark Souls, já que o posicionamento dos inimigos é feito para você tomar dano de graça e se sentir um otário. Não é um e nem dois momentos que você sai de uma porta e dá de cara com inimigos já te atacando. Ou ainda, te atacando fora do seu campo de visão na maior das trairagens. Sim, se você tiver com um nível alto não vai nem sentir cócegas, mas como falei, a proposta dos dois jogos anteriores me agradava mais. Agora, eu seria um maluco, se reclamasse das novas mecânicas de exploração. O pulo, o dash ataque, catar coisas do chão e arrastar as paradas, dão muito mais dinamismo à procurassada de coisas e são mecânicas que de fato caem muito bem com todo o resto. A treta da exploração é que você às vezes tem que ser um gênio para entender o que o game quer que você faça ou onde deve ir. Caras, eu sou meio tonto, confesso, mas tem coisas aqui que sem guia eu ia ficar até o final da minha vida para descobrir. Mano, se você quer que o jogador quebre uma parede com uma pedra para avançar, no mínimo mostre essa opção em algum momento. Não precisa ser na mesma dungeon, claro, para não ficar super óbvio, mas em algum momento antes mostra que essa pode ser uma opção viável. Se não o seu jogador vai ficar que nem um tonto arriscando tudo que é coisa com uma chance bem baixa de sucesso. O que vai frustrá-lo e o fazer querer abrir um canal de opinião de opinião no Youtube. Para seguir nas reclamações, quero soltar a nota de repúdio do que fizeram com as magias nesse game. Sim, elas voltam, o que é bom, mas se tornam consumíveis como itens e em vários bosses não podem ser usadas. Parece que colocaram só por colocar. Porra deixava sem se é para ser esse desrespeito com a classe Magica. Outra coisa que poderiam remover é o mapa das dungeons, que além de ser feio umas quantas horas, mais te deixa perdido que ajuda. Bem porco. Para encerrar a sessão revolta, só quero salientar um último ponto, que pelo menos no meu Super Nintendo Pró rolou, que é a queda no Frame Rate. Em Blazer e Illusion isso também ocorria em certas partes, mas em Terranigma o esquema é tenso. É colocar 5 projéteis na tela e a parada vai a 2 FPS. Pode ser má otimização ou o preço a se pagar por um game tão cheio de detalhes, mas não posso deixar de dizer que me atrapalhou bastante. No fim, mesmo tendo reclamado, ainda me diverti bastante. Prefiro a forma como é em Blazer para o “City Building”, mas não me desagradou o que temos aqui. Sendo que essa mecânica está bem relacionada com a trama. Chato mesmo é entender as quests que liberam o crescimento das cidades, já que os NPC’s aqui falam por meios misteriosos.
NOTA: 1.7

Barulhama
Mais uma vez não superou o insuperável.
Pois é, Soul Blazer ainda segue sendo o melhor dos 3 em termos de trilha sonora. E confesso para vocês que é com uma larga vantagem. Mais uma vez e sendo repetitivo, a trilha não é ruim, só não é memorável. Você até cantarola uma musiquinha aqui e outra ali, mas é desligar o game para esquecer e voltar a cantarolar o tema aquático ou futurista de Blazer. Ah, mas você não pode comparar os games!! Posso sim, tanto que estou fazendo e durma com isso.
NOTA: 1.5

Batom de Porco
Top mais bonitos com certeza.
Que jogo bonito minha rapaziada. Chuto sem medo de errar que esse é um dos games mais bonitos do Super Nintendo inteiro. É cada detalhe de cenário e paisagem que você fica de queixo caído, ainda mais sabendo que isso foi feito no tempo em que se amarrava cachorro com linguiça. Existe um Palette Swap aqui e acolá, mas em suma os designs dos inimigos e chefes são muito únicos. Não tenho palavras para descrever como é maneiro usar o conceito da caixa de pandora para ser o menu. Ele é meio lento e tem muitas telas? Sim, mas só de estar integrado a um conceito de história já ganha pontos. Além de ser mais um design fora da curva. Poderia pegar um pouco no pé por as cidades serem meio genéricas e não representarem bem os locais onde se localizam, mas se formos parar para pensar a maioria das capitais mundiais são em suma prédios e mais prédios cinzas mesmo. Sem falar que temos o Rio de Janeiro no jogo, que é chamado de Liotto por causa do lutador Lyoto Machida (tirei do cu isso), que está sempre em modo Carnaval. O que todos sabemos ser uma grande realidade. Só faltou meter um assalto aqui e um latrocínio ali, mas no mais é bem fiel. Não tenho como não dar nota máxima, quando pego algo tão excelente como Terranigma em termos artísticos. Dá para emoldurar muitas partes do game e fazer de quadro, sem medo de estar sendo brega.
NOTA: 2.5

Fator Nostalgia
Só vi na TV.
Cortando o papo repetido de não ter o SNES, só posso dizer que conheci Terranigma por tê-lo visto em listas e mais listas de grandes games do console. O que de fato ele é. Tem muitos erros em termos de gameplay como já pontuei, mas dizer que é um grande jogo não é pecar pelo excesso. No final, essa é uma franquia que tenho tristeza em não ter jogado quando era um ranhento que ficava mendigando tempo nas locadoras do bairro por ser um chinelo sem grana até dizer chega.
NOTA: 0
Por que perder tempo com essa bosta?
Porque mais uma vez temos um game super ultra simpático e divertido. Com um plus a mais, para acentuar bem o pleonasmo, de ser um dos jogos com a melhor pixel art da história. Se você não se importar em ter que dar uma bisolhada de vez em quando em um detonado ou guia, vai ser muita ousadia e alegria. E ainda tem a opção de buscar um bom desafio se quiser meter o loco sem farmar. Vai apanhar que nem cachorro e xingar muito? Vai, mas vai conseguir algo bem desafiador e com paciência conseguir até matar tudo sem tomar dano. Na real fiquei na dúvida quanto ao chefe final, mas vai na fé e me conta, que eu passo longe disso. Tenho mais o que fazer, ou melhor, jogar.
Por que não perder tempo com essa bosta?
Se você não curte muito ficar totalmente perdido ou ter que meter um leve farm para não ter que ser um ninja, passe longe. Sei que tem gente que quer descobrir tudo sozinho, sem ajuda e apenas usando suas habilidades. E vou dizer que Terranigma pode não valer a pena usando esses termos. Tem dicas que você recebe que acho muito difícil você entender sem perder alguns bons dias futricando em tudo que é coisa e levando muito mais horas que o natural. Ainda mais se for um Brasileirinho comum que passou usando a média em um ensino base mais sucateado que Verona 92.
Avaliação da Playada
Tempo de Jogo | 25:20:00 (certeiros, pois dessa vez meteram aquele contador maroto) |
Save State | 0 |
Detonado | 10 (esse é o tamanho da minha limitação intelectual) |
Trapaças | 0 |
Game Over | 2 (que não são game overs, pois quando você morre só volta ao início da dungeon) |
Zeramento | sim |
100% | não Cristais Mágicos (peguei 72 de 79, eu acredito) Chefe Secreto (descobri só depois de zerar) Baús (pelo menos 2 eu vi passar) |
Resultado | ![]() |
Avaliação do Querido
Lorota | 2.0 |
Playada | 1.7 |
Barulhama | 1.5 |
Batom no Porco | 2.5 |
Fator Nostalgia | 0.0 |
Total | 7.7 |
Dificuldade | é um game difícil, pois é complicado saber o que fazer, já que o combate é fácil |
Resultado | ![]() |
Conclusão | mais um game divertido que vale a gameplay, mas que poderia ser mais refinado |