
Ori and the Will of the Wisps
Ori and the Will of the Wisps, ou para os preguiçosos, simplesmente Ori 2, é a continuação do charmoso game do Stitch Luminoso que faz noobs (como yo) quebrarem controles na parede. Se bem que esse gamezito aqui não apela tanto quanto seu antecessor para ser sincero. Não que não seja de fazer chorar, só não é de fazer você se sentir um inútil que simplesmente não consegue acertar uma plataforma depois de quicar no ar com pulo triplo, estilingue nas paredes e repulsão em inimigos. Uma segunda feira no parque nesses games de plataforma. Deve ser dureza você viver nesse mundo onde qualquer parede que você encosta pode te matar. Imagina você sai para comprar uma bisnaguinha na padoca e tem que desviar de lava, espinho e pular em lugares onde mal cabe seu corpito? Dureza demais. O game em si trás tudo o que tínhamos no primeiro e dá uma boa expandida. Agora, por exemplo, vamos ter um bom sistema de combate, com batalhas de chefes e tudo, além de um sistema de progressão um pouco mais refinado. É receita mágica para o sucesso, não é mesmo? Bom, deveria ser, mas leiam um pouco mais para descobrir o que esse ignóbil jogador de metroidvanias tem a dizer sobre. Huummm… meti um suspense que nem o maravilhoso apresentador de programas televisivos duvidosos João Kleber!!
Ficha Técnica
Publisher | Xbox Game Studios Europe (Sony chora) |
Desenvolvedor(es) | Moon Studios (meteu pouca coisa, mas ainda é novata) |
Diretor | Thomas Mahler |
Produtor | Błażej Żywiczyński (nunca vi tanto acento junto, só pode ser trava língua isso) |
Designer | Chris McEntee |
Artes | Daniel van Leeuwen Jeremy Gritton (que homens, que homens!!) |
Músicas | Gareth Coker |
Plataforma | Windows Xbox One Nintendo Switch |
Lançamento | 11 de março, 2020 (ano em que muitos casais se separaram) |
Resumão para não ficar perdido
Nossa aventura da vez começa logo na sequência da primeira, onde vemos nosso maninho Ori, sua “mãe adotiva” Naru e seu parceiro esquisito de tretas Gumo, vivendo uma vida tranquila e cuidando de uma pequena curujita chamada Ku (sem piadas por favor, que esse jogo tem temas infantis e podemos ser presos) que é filha da vilã do primeiro game Kuro. O que aconteceu com Kuro e porque eles estão cuidando da filha dela você me pergunta? E eu respondo, jogue o primeiro game, sofra e descubra por si mesmo, que ninguém aqui é trouxa. Tudo está feliz, tudo é alegria, a gente chega a ficar de coração quente com tanta fofura, até que percebemos que nossa amiga Ku tem uma certa dificuldade no manuseio dos ares. O que é meio paia, quando se trata de um pássaro. Ku (estou me segurando aqui, juro) na verdade nasceu com um deficiência em sua asa esquerda, o que faz ela não conseguir voar de fato e apenas cair levemente. É como se você tivesse o poder de voar, mas só conseguisse bem baixinho. Mó tristeza. Tristeza essa que enche o coraçãozinho da nossa amiguinha também e faz a gente querer gritar como o mundo é injusto com todas as nossas forças e tomar uma multa por barulho no condomínio. Vendo a cena, Ori amarra uma pena deixada por Kuro e usada como paraquedas por ele na asa zoada, o que faz a bichinha poder meter o voo sem medo de ser feliz. Ele deve também ter ficado com medo da passarinha crescer com ódio como aconteceu com sua mãe e querer matar geral no futuro. Famoso, quem tem Ku, tem medo!! Puts, não me segurei, desculpem. Com a asa consertada, nossa dupla de dois sai por aí para explorar os céus e obviamente dá uma merda, afinal temos que ter algum conflito para ter game. Eles são pegos por um vento rasga cu, com vários relampiçasos e chuva de molhar tonto, que além dos os separar, os joga em uma outra floresta. Que por sinal também está toda corrompida, cagada e zoada como a primeira. Está cheio de gente fazendo funk em cima de músicas antigas, cheio de gente vendendo curso de desbloqueio da mente, cheio de gente comprando bitcoin, cheio de gente fazendo dieta low carb e mais um monte de atrocidades. Coisa feia de se ver. Sei que o mundo está uma merda, mas precisa sempre tudo estar indo para o caralho mesmo? Não podemos ter uma floresta bonita, com gente fazendo piquenique e os animaizinhos brincando sem coleiras? Como não, cabe a Ori ir atrás de sua amiga coruja, enquanto tenta ajudar a nova floresta que está toda escuiambada. No caminho ele consegue ajuda de uns lemorizinhos zoreiudos chamados Moki, de uma MC Sapão Gigante Sábio chamado Kwolok, de um pássaro rabugento chamado Tokk, de um geógrafo, que por sinal está sempre em lugares peculiares, chamado Lupo, de um ursão preguiçoso que nem um Snorlax chamado Baur, de um mamaco porradeiro chamado Opher e muitos outros. Além de enfrentar um lobo uivador, um bicho cheio de pernas e espinhos, uma coruja esquisita chamada Gritadora que sofreu preconceito por ser feia que é um raio e a degradação que chegou na floresta querendo matar tudo o que toca. É mais uma aventura no meio do mato para restaurar a fauna e a flora, que artista da Globo arrependido bate palma.

Lorota
Lindo, emocionante e singelo, mas às vezes não.
Mais uma vez a narrativa não é o foco principal e tudo certo. Aqui até temos muito mais diálogos e personagens que no primeiro, mas de fato você pode pular tudo e ainda vai se divertir. Agora, acho que faz muito mais sentido você prestar atenção nas coisas e entender a leve construção de mundo que temos, pois aí vai ter a experiência completa. Aqui vamos ter vários NPC’s e todos eles têm o carisma de mais de 8000 mil. Você vai curtir até mesmo o passarinho reclamão Tokk, que parece aquele seu tio mal amado que nunca casou e que acha que o mundo está contra ele. Claro, o design dos personagens vai fazer muito mais diferença que os diálogos nesse quesito. Mesmo assim, todas as interações com eles vão servir para construir suas personalidades, que são facilmente identificáveis. É mais uma vez aquele basicão que é o suficiente e até excelente. Já a jornada em si não gostei tanto quanto a do anterior para ser sincero. Reclamei da repetição do tema “Pessoa que sofreu discriminação e foi atrás de acabar com a humanidade” no post anteior, então seria hipocrita se achasse tudo normal aqui, onde de novo o tema vem forte na figura da vilã Gritona. Claro, que estando na internet seria bem tranquilo eu ser hipócrita, já que é o padrão, mas resolvi me abster do comportamento da massa para variar. Também pode ser remorso com o massacre que efetuei em cima de Legaia 2, mesmo ele tendo merecido. Vai saber, quem entende a mente humana. O que de fato consigo entender, é que mesmo sendo boa a narrativa, ela não bateu tanto comigo desta vez. Ela parece um pouco menos emocional que a anterior de alguma forma. Não que eu não tenha me emocionado, já que na cena de abertura e, principalmente no final, meus olhos de macho alfa ficaram marejados. Só acredito que a parada ficou um pouco dispersa as vezes. Pode ser porque o game é maior que o anterior? Pode, já que a trama de fato meio que se espalha ao longo de mais horas, o que faz você se desligar um pouco às vezes. Bom, mesmo com isso que comentei ele vai sim levar uma nota boa, afinal gostei do mundo (floresta) construído, gostei de todos os personagens novos, não gostei da vilã, mas comprei a pira dela, o que é mais que suficiente.
NOTA: 2.3

Playada
Mais e melhor, mas às vezes não também.
Como disse anteriormente, Ori 2 continua sendo um Metroidvania da massa, com a implementação de novos sistemas que favorecem a diversão. Como por exemplo a ampliação completa do sistema de combate. Antes a parada era só uns tirinhos xoxos com uns bichinhos meia bombas. Agora temos todo um arsenal de armas (incluindo espada de luz), equipamentos (chamados aqui de fragmentos) e lutas épicas contra boss, para ninguém botar defeito. Me causou espanto quando peguei esse carinha aqui e vi que ele tinha tudo o que achei que faltou no 1. Diria até que os dev’s tinham lido o meu post se não soubesse que o game foi lançado antes. Ou até que pouca gente lê blog em 2024. Confesso que tive uma certa dificuldade até pegar a manha da pancadaria, já que nosso brilhoso aí se gruda em tudo que é parede ao ser arremessado pelos golpes inimigos, mas depois peguei o jeito e quando fiquei forte patrolei até a mãe dos malfeitores. É, esse arremesso ao levar dano é treta, principalmente mais para final, mas como faz parte das raízes dos Castlevanias, então de boas. Quem nunca caiu no abismo ao levar uma cabeça de medusa vindo do cu do capeta na cara que atire a primeira preda. Também gelei a alma ao descobrir que esse game não tinha a opção de lançar save em qualquer lugar. Sim, no 1, você pode gerar saves em quase qualquer lugar, para ser mais preciso, o que facilita aqueles pulos precisos, só que aqui não temos mais isso. O que não fez falta no final, já que os saves automáticos estão muito bem posicionados e o game (como também já disse) me parece mais sossegado. Foram poucas as vezes que os sistema não registrou algum tipo de avanço e me ferrou. Outra mecânica nova que temos no amigo são as lojinhas, que segundo o melhor canal de games no Youtube, o Cogumelando, o faz ser um bom jogo. Já que para ele, jogo que tem lojinha, é jogo bom. No game em questão, elas servem não só para adquirir mais poderes, como para melhorá-los, usando orbes de luz que são a moeda do game e que pode ser conseguida matando bichos que só estavam vivendo em seu habitat natural ou realizando quests. Quest? É, quests, pois em Ori WW, nós também temos um sistema de quest. São mais leva e trás de itens ou ir até lugares, mas temos e são muito bem vindos. Nada perto de The Witcher 3, mas servem para ter uns diálogos que fazem você saber mais sobre os peludos NPC’s. Bom, então tudo são flores né mesmo? 10/10? Pois é, não. A primeira parte que tenho que reclamar são dos bugs. Mesmo em 2024 eu morri por entrar dentro de paredes e não conseguir sair, morri por não aparecer o item de interação no cenário, morri por desaparecer da tela e até tive umas engasgadas feias em umas áreas com mais inimigos. Feio e são coisas que não existiam no 1. Isso que nem quero comentar o load de 3 minutos para iniciar o game. Também tenho que mandar tomar no cu quem inventou/programou todas as mecânicas de impulso de Ori (que são 4 se não me engano). Puta merda, que falta de precisão dessas porras. Toda hora os botões de ação ou não apareciam ou me jogavam para um lado na haver com o que selecionei. Eu sei que sou um naba em games que precisam de reflexo, mas aqui os caras me trollaram demais da conta. Por último e não menos importante, quero reclamar de como Ori 2 ficou parecido com Hollow Knight, que é um famosíssimo Metroidvania, que quem sabe um dia aparece por essas bandas. Caras, os combates, o lance dos fragmentos, as lojinhas e até poder comprar os mapas das áreas de um cartógrafo, são muito chupinhados. Claro que eu gostei de tudo, mas é nítida a “inspiração” que esse game teve em HK. A ponto de dar uma leve descaracterizada que em partes me incomodou. Podia ter se inspirado, mas acho que passaram um pouco do ponto, honestamente. Nada que manche a boa nota, mas só queria pontuar.
NOTA: 2.0

Barulhama
Da vontade de bater no vizinho que escuta Jorge e Mateus no talo.
Caras, o que a gente vai dizer de um negócio desses aqui? Os manos pegaram as músicas do primeiro, que já são fodas, as melhoraram e ainda trouxeram outras ainda mais fodas. No primeiro teve músicas que me deram uma gastada, mas aqui eu adorei tudo o que estava rolando. Você sente o desespero das sessões de correria (como chamei no post do 1), sente a epicidade quando entra nas ruínas, sente o medo ao entrar nas florestas bolorentas, sente dor nos momentos melancólicos e ainda sente a grandiosidade das batalhas contra chefes. Aqui podemos dizer sem medo de errar que as músicas e efeitos sonoros não só constroem o mundo, quanto o fazem ser vivo. Quando você está no deserto, os sons fazem você sentir que está tomando areia na cara. Quando está no frio, os sons fazem você sentir que está com o tiquinho querendo ir embora. Quando está nos pântanos, os sons fazem você sentir que está com os pés atolados e com as meias molhadas. É coisa de maluco, uma aula das aulas de sound design. Se pudesse eu daria nota 5 sem sombra de dúvida. Claro, temos uma leve vantagem aqui nesse cara, pois eu acabei morrendo menos e tendo que escutar menos certas músicas. Mas tiro a diferença no momento em que ele é mais longo que o anterior e você volta muito em certas áreas. Ainda mais se for uma mula que nem eu que esquece o porquê não tinha conseguido acessar a porta gigante de pedra antes.
NOTA: 2.5

Batom no Porco
É simplesmente de cair o cu da bunda.
O que eu vou dizer de um game que dá para fazer um quadro de cada tela para colocar na sala de estar? Porra manos, isso aqui está em um outro nível. Se eu daria 5 para a música, em termos de direção de arte eu teria que dar 10 para Ori and the Will of the Wisps. É para mandar todo mundo tomar no cu sem demora, para ontem. A fotografia, não querendo ser o chato que fala sobre isso, mas já falando, é sensacional. Sério, não tenho nem palavras para descrever o deleite que é esse jogo. Você não só está jogando um filme da disney – no caso um dos bons nada de Mundo Estranho ou Luca – como ele é vivo e quase real. Todos os designs de personagens, mesmo os mais simples, são perfeitos. Todas as áreas do game, que agora são bem mais variadas, passam a sensação de que você está no bioma apresentado. Vou até parar por aqui, se não vou ficar cada vez mais gay e não vou me responsabilizar pelos meus atos.
NOTA: 2.5

Fator Nostalgia
Nadica de nada.
Assim como Ori and the Blind Forest não tive nenhum contato prévio com seu irmão mais novo. Cheguei a ver alguma gameplay, em algum canal no YouTube, mas ficou tão esquecido na memória que nem lembro qual foi. Sim, na época ele já me chamou a atenção, só faltou espaço no meu hdzinho interno mesmo, que tem espaço para o nome de todos os personagens principais de Slam Dunk, mas não para a fórmula de Bhaskara. Prioridades né minha gente, prioridades. Poderia muito bem tirar uns décimos na sacanagem por ter jogado o primeiro, mas acho que seria demais ter nostalgia com um game que zerei a uns meses atrás. Eu sei que tem um povo que cria nostalgia com filmes da Marvel de 5 anos atrás, mas eles estão apenas querendo seu like e view. Não caia nesse papo chola!!
NOTA: 0
Por que perder tempo com essa bosta?
A resposta é simplesmente uma pergunta. Por que não perder tempo com essa bosta? Ou melhor, por que não perder tempo com essa obra de arte em forma de tele jogo? O game é muito, mas muito bom. Tem uma jogabilidade precisa, é muito bonito e ainda tem uma trilha sensacional. Tem uns defeitinhos aqui e ali e se parece demais com Hollow Knight, mas nada que vai tirar a sua alcunha de grande obra prima. Nem pensa muito, ainda mais que ele é baratinho na Steam (que não está pagando o merchant para essa maravilhosa menção, neste site com milhares de acessos), vai lá, vai, vai ser feliz…
Por que não perder tempo com essa bosta?
Bem, eu sinceramente não vejo motivos, mas tipo, se você é um cara que não tem muita paciência em ficar voltando e revoltando nos cenários para descobrir segredos que vão melhorar seu personagem, pode ser que você não deva tentar nem esse e nem outros metroidvanias. Se não curte, assim como minha falecida vó dizia, ficar indo para cá e para lá, que nem coro de piça, nem chega perto. O game não é difícil, mas existem sim partes desafiadoras que podem te frustrar. Então se você tende a se ofender por que erraram seu pronome, ou se falaram mal do artista que você gosta, ou ainda esculhambaram o filme da sua vida. É melhor não tentar jogar e melhor ir direto para um jogo mobile, onde você ganha usando o cartão de crédito da sua bisavó que nem está ligada onde vai sua aposentadoria de fome.
Avaliação da Playada
Tempo de Jogo | 28:10:30 |
Save State | 0 |
Detonado | 1 (me passei em um puzzle que na real era bem óbvio de resolver) |
Trapaças | 0 |
Game Over | 0, por que mais uma vez não tem game over Já mortes foram 195 (que em retrospecto é maravilhoso, temos que dizer) |
Zeramento | sim |
100% | não lista: Corridas (mecânica de time trial que eu não tenho capacidade) Zerar no Difícil (nem preciso comentar) Todas melhorias de Fragmentos (tive 0 vontade de farmar orbes para completar, sorry) |
Resultado | ![]() |
Avaliação do Querido
Lorota | 2.3 |
Playada | 2.0 |
Barulhama | 2.5 |
Batom no Porco | 2.5 |
Fator Nostalgia | 0 |
Total | 9.3 |
Dificuldade | Sendo sincero é fácil, mas existem partes onde a gente vai arrancar uns fios de cabelo |
Resultado | ![]() |
Conclusão | Jogo sensacional, só não é 10/10 por que sou chato |