
Lunar: The Silver Star
Lunar: The Silver Star é um game de JRPG lançado para o add-on Sega CD (ou Mega CD) do Mega Drive. Add-on esse que só conheço de nome diga-se de passagem. Quando eu era criança já foi difícil ter um saudoso Dynavision, o que dirá ter um Megazord desse. Nem meus primos ricos tinham esse troço. Nem na locadora de playboy da minha cidade tinha, sério mesmo, era mais fácil achar um Dreamcast que isso aí. Não é por menos que a Sega largou mão de fazer consoles. O game em si não foge muito do que já conhecemos em termos de RPG nipônico, que inclusive os nipônicos odeiam ser taxado assim, com muita batalha de turno, andar sem rumo no mapa e salvar o mundão da destruição. Tem uns diferenciais aqui e ali, mas no grosso é o raiz mesmo. História existe e é efetiva, mesmo sem ser uma coisa super aprofundada. Contar para vocês que até tem uns plot twists na trama que me pegaram? Sim, eu sou daquele tipo de gente que é enganada e só descobre os segredos no fim, mesmo estando estampado na cara o tempo todo. Ah, o espertinho, e melhor nem vir com esse papo de que dava para saber que o Tyler Durden era uma segunda personalidade antes, que você está sendo desonesto com a turma.
Ficha Técnica
Publisher | Game Arts no Japão Working Designs no EUA (não conhecia nenhuma das empresas até então para ser honesto) |
Desenvolvedor(es) | Game Arts (meteu uns JRPG aqui e ali na real) |
Diretor | Toshiyuki Kubooka |
Produtor | Toshiyuki Kubooka (JP) Victor Ireland (EUA) |
Designer | – |
Artes | Toshiyuki Kubooka (desculpem, mas só achei o nome desse mano na net) |
Músicas | Noriyuki Iwadare Hiroshi Fujioka Isao Mizoguchi |
Plataforma | Sega CD |
Lançamento | JP – 26 de Junho, 1992 NA – em algum dia de Dezembro, 1993 |
Resumão para não ficar perdido
Nossa ladainha da vez se passa em um mundo de fantasia medieval, que não achei o nome em lugar nenhum do game e não tive vontade de pesquisar, onde encontramos um humilde jovenzinho chamado Alex. Que tem o sonho de sair em uma grande aventura e se tornar um Dragonmaster, assim como seu ídolo Dyne, que também era um dos quatros grandes guerreiros que salvou o mundo do mal a muito tempo atrás. Em busca de realizar o seu sonho, nosso maninho se junta a seu gato alado de estimação, ou melhor, amigo, que ele não curte ser chamado de pet, Nall, sua paixonite de infância, Luna, e seu melhor amigo robusto e ruim demais em batalha, Ramus, e parte para a caverna do Dragão Branco para iniciar os trabalhos aventureiros. Claro, que a caverna é apenas o ponto de partida, já que depois de conhecer o Dragão Branco e receber uns conselhos, nosso amigo Alex parte para desbravar o mundo. Onde desafios o esperam e onde descobre que existe uma grande treta rolando com uma tribo malvada de monstros, que um dia foi banido pela Deusa do game Althena, além de enfrentar uma grande traição que deixarei para vocês descobrirem quando jogar (essa dá para saber bem antes). É óbvio que nessa grande aventura nosso maninho não vai estar só com o pessoal da sua vila inicial chamada Burg, até porque eles, graças aos céus, se pirulitam quando a coisa fica mais feia e os monstros passam do LV 10. Ele vai contar com a ajuda de Nash, um mago elétrico tanto nas habilidades quanto na personalidade, Mia, uma maga mista super fofa e que só é útil quando consegue os cajados de cura, Kyle, um bandido bom de porrada e mulherengo, Jessica, uma clériga boa de briga que não leva desaforo para casa, Laike, um aventureiro bom de porrada que só, e o casal Tempest and Fresca, que na real só o mano mete porrada já que é tempestivo enquanto sua mina é fresca (nem fiquei vermelho com essa). Sim, no final é a história do menino da vila pacata que vai salvar o mundo das mãos de um grande mal, o que você esperava? Ah, e sobre a Estrela de Prata, eu não achei, acho que caiu em algum lugar e acabei não vendo. Normalmente está de dia no jogo, então ficou complicado de ver as estrelas.

Lorota
Vai dizer que você queria um Game of Thrones?
Aqui é que a polêmica pode rolar solta, pois vou dar uma nota maior no quesito história para esse jogo do que para outros que tem história e trama mais bem elaborada e já passaram por aqui. Antes que queiram ir pedir minha demissão na empresa onde eu trabalho (já que não tenho patrocinadores), tentem entender que estou levando em conta a proposta e quando o jogo foi lançado. Em 92, quando esse mano saiu, não era padrão histórias super complexas em games e se a parada fosse uma aventura divertida já era a conta. Que é o lugar onde Lunar se encaixa, uma aventura divertida com personagens cativantes. Sim, eles não são tão bem elaborados, mas tirando Kyle que entra no time por que quer meter o boneco na Jessica, os outros tem um mínimo de desenvolvimento e motivação para entrar na treta. Além de terem muito bem claras as suas personalidades, manias e preferências. Para um game mais focado na aventura, acho que Lunar entrega até muito em termos de diálogos e desenvolvimento dos manos. Olha, dá para entender bem de boas porque o vilão está fazendo o que está fazendo. Poderia ser mais aprofundado a relação dele com sua motivação? Sem dúvida, mas o que tem funciona bem. Tirei uns pontos, pois acho que às vezes a trama não se encaixa nas quests que estamos fazendo. Sabe, tipo quando os seus manos tem que ir atrás do escudo do Dragão, mas os NPC’s estão falando que existe uma mina onde pessoas estão sendo escravizadas. Ou você encontra um inventor que vai fazer um balão, mas ele só vai ficar pronto daqui 5 quests facilitando o roteiro. Enfim, acho que a história e o mundo são interessantes, gostei do lance manjado da Deusa que foi questionada por um de seus asseclas causando uma guerra, gostei dos quatro heróis do passado, dos Dragões que são fonte da magia e curti o desfecho simples, porém efetivo. Me julguem, pois de fato quando peguei esse cara para jogar não estava esperando um novo The Last of Us, que te deixa mal e pensativo durante dias.
NOTA: 2.0

Playada
Pecaram no que deveria ser o diferencial.
Bom, o que podemos dizer? É um JRPG, então vamos ter exploração de mundo, cidades e masmorras, vamos ter lojinhas, vamos ter progressão de nível e atributos usando XP, vamos ter gerenciamento de itens e equipamentos e vamos ter as famosas batalhas de turno randômicas. Que inclusive são achincalhadas pela internet a fora, por pessoas que no mínimo nunca pegaram em um console de video jogos de verdade. Eles dizem que a batalha de turno é chata e sempre a mesma coisa. O que demonstra a sua falta de conhecimento, pois é só pegar uma batalha de turno do Final Fantasy, para ver que não tem nada haver com uma do Dragon Quest e muito menos com esse cara aqui. Que de fato tem um diferencial bem bacana e o afasta de qualquer outro jogo desse mesmo estilo. Esse diferencial é de fato bom? Aí, já é outra conversa, o que estou elucidando é que nem tudo é igual, qualidade é outro papo. Ainda mais, que o diferencial aqui é cagado pra caceta. Na batalha de turno de Lunar vamos ter dois atributos novos, movimentação e quantidade de hits. Que vão determinar o quanto seu personagem pode se movimentar na arena de batalha e quantos ataques vai efetuar respectivamente. Não que isso por si só seja a merda, a merda é a forma que foi implementada a arena, pois ela não tem uma determinação clara de posicionamento como ocorre em games de estratégia. Ou seja, temos um jogo onde temos movimentação, mas não temos um grid. É como se você fosse jogar xadrez, mas o tabuleiro fosse todo branco. É para colocar os dois dedos no cu e rasgar, como que eu controlo o quanto e onde os personagens podem ir? Me explica? É uma bagunça tão verdadeira, que dependendo de onde o inimigo está, o seu personagem vai dar a volta na arena toda, não conseguir atacar e ainda vai ficar aberto para o arregaço. Não sei qual foi o intuito, mas na boa, que ideia merda. Ainda dá para jogar e fazendo um farm tudo fica safe, mas na boa vão se lascar com essa mecânica de estratégia sem estratégia. Sem falar que achei bizarro não aparecer o nome dos inimigos na seleção de ataque e você ter que usar o Nall (gatinho alado) antes da luta para saber quem são os bichos. O contraponto é que o masacote de asa pode salvar em qualquer lugar (ou quase), se não ia querer transformá-lo em tamborim. Inclusive, já que falei de saves, vale ressaltar o alto nível de periculosidade de perda do mesmo que esse jogo tem. O diabo do game ao invés de usar um botão de delete, tem uma opção de delete save data logo de cara no menu. Veio meio bêbado de uma festa e quer meter uma horinha de playada para a cabeça parar de girar, se liga, pois pode muito bem mandar as 20 horas de progresso para a puta que me pariu. Tenso. Tenso também é o gerenciamento de itens desse mano aqui. Já é padrão termos limitação de quantidade de itens em jogos dessa época, agora não poder usar qualquer item do estoque durante as batalhas é foda. Ter um inventário curto ok, agora não poder acessá-lo, aí pegaram pesado. Sorte é que não faz falta usar itens nas batalhas, pois as magias dão conta, senão ia ficar ainda mais mordido. Sim, parece que eu odiei tudo, pois só chutei, mas na moral nem achei todo esse lixo. Esse lance das lutas é mais o desperdício da ideia que me pega que qualquer coisa. Podia ter sido coisa boa e espero que os vários remakes melhorem isso. No mais é um jogo divertido de jogar e que não te faz ficar perdido que nem um idiota sem saber qual o próximo passo, pois nenhum NPC fala nada com nada, e nem tem dungeons tão labirínticas que você não consegue sair do próprio quarto depois de jogar.
NOTA: 1.0

Barulhama
Aí, é que a porca torce o rabo.
Não tem como não dar nota máxima para um jogo de 92 que tem dublagem minha gente. Na real tem, mas eu não vou fazer, pois acho sacanagem. Imagina você colocar aquela geladeira brastemp chamada Sega CD no seu Meguinha e do nada aquele Dragão Branco alí de cima e mais torto que a cara do Cremosinho meter um vozeirão de locutor de rádio. Você ia ou não se mijar todinho? Ia sim, nem vem, só não ia se não fosse nascido nessa época. Sim, o CD servia para esse tipo de coisa e não deveria ser um big deal, mas vamos valorizar o tempo e o contexto mais uma vez. Além disso, as músicas do game são de fato muito boas. Nada memorável, mas são boas. O rock de encanador da penúltima dungeon inclusive é uma joinha rara. Sim, mas uma vez o CD melhora esse aspecto, mas vamos dar essa moral. Esse é um dos principais diferenciais desse título. Ele já apanhou feio na parte da play.
NOTA: 2.5

Batom no Porco
Não mexeu muito comigo, confesso.
Bem, aqui temos um meio termo bem interessante. Gostei bastante de algumas coisas que foram implementadas, mas no final achei que em termos artísticos tudo é bem genérico. É anime dos anos noventa na veia, na veia até demais, e não sai muito disso. Tive vontade de dar uma nota um pouco mais baixa, mas as ceninhas animadas puxaram um pouco o lance para cima. O game também não tem as benditas pallets swaps safadas nos inimigos e eles são sempre únicos por área/dungeon, o que também deu uns pontos. Confesso que me incomodei um pouco vendo que os sprites dos personagens mudam dependendo da tela/menu que você está, mas como é uma picuinha bem de leve, não chegou a influenciar tão negativamente. Ainda mais que esse maninho aqui tem aquilo que faz o mesmo ser um game de alto gabarito. Que no caso é abertura em anime com rock estalando no talo. Aqui falar prô cês que o estilo anos 90tão não me incomodou. Lembrei de Shurato, Guerreiras Mágicas, Slayer, Bucky, Tenchi Muyo e os caralhos, que cheguei a ficar ereto.
NOTA: 1.2

Fator Nostalgia
Nosso primeiro encontro.
Pois é, nunca tinha visto mais gordo esse tal de Lunar. Joguei alguns vários RPG’s no PS1, que tem uma remake desse carinha aqui, mas nunca tinha ouvido falar do mesmo. Essa foi de fato a minha primeira experiência com a saga e entre altos e baixos, acho que pude criar uma leve relação que espero melhorar com os próximos jogos.
NOTA: 0
Por que perder tempo com essa bosta?
Bem, se você curte aquele JRPG raiz, que te faz sofrer grindando, nem precisa pensar muito. Vai na fé, que isso aqui é história dos JRPG’s sem sombra de dúvidas. Ele tem tudo que os JRPGeiros buscam sem tirar e nem por. Vacila no sistema de combate? Vacila, mas não é algo que comprometa. É uma aventura divertida, em mundo divertido e com personagens divertidos. Nada inovador, nunca visto ou super especial, mas tem o seu valor no lugar que está.
Por que não perder tempo com essa bosta?
Se você é uma dessas pessoas que reclama de jogo de turno, passe longe desse jogo e saia já daqui, pois está no lugar errado. Se não curte uma interface mais rústica e uns erros feios de design, também passa longe, que tem umas coisinhas que são tensas de aturar. O combate pode de fato incomodar, mas é a história mais básica que pode de fato fazer você achar que não vale a pena perder seu maravilhoso tempo com essa relíquia. E entendo que tempo é uma coisa valiosa. Ainda mais quando você já está quase nos 40 anos e não conquistou nenhum dos seus sonhos!!
Avaliação da Playada
Tempo de Jogo | 35:10:00 (aproximado, pois essa bosta não tem contador de tempo implementado) |
Save State | 0 |
Detonado | 2 (fazer o que se o manual não tem o que fazem todas as magias e itens?) |
Trapaças | 0 |
Game Over | 1 (vacilei só no finalzinho, bobeira, bobeira) |
Zeramento | sim |
100% | sim (olha procurei na internet e não achei nada que deixei passar) |
Resultado | ![]() |
Avaliação do Querido
Lorota | 2.0 |
Playada | 1.0 |
Barulhama | 2.5 |
Batom no Porco | 1.2 |
Fator Nostalgia | 0 |
Total | 6.7 |
Dificuldade | Dá uma esquentada mais para o final, mas nada que não dê para atuar |
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Conclusão | É um joguinho simpático que falha em alguns aspectos, mas nada que cause dor |