
Lunar: Walking Scholl
Lunar: Walking School é um jogo de JRPG lançado apenas no Japão (joguei em EN traduzido por fã) para o console “portátil” da Sega, Game Gear. E é “portátil”, pois você já viu o tamanho que tem essa porra? O troço é gigante, parece até esse novo Switch que foi anunciado. Experimenta pegar no sono jogando isso para ver o traumatismo craniano que você vai sofrer. Sim, ele é bem mais potente que seu concorrente da Nintendo, o Game Boy, mas não precisava ter o tamanho de um PC do milhão também (só a velharia vai pegar essa referência). O game em si não tem nada de mais. Um JRPG do mais raiz possível. Tão raiz que nem tem sistema de equipamentos implementado para terem uma noção. Tão raiz que mal tem história. Tão raiz que se você dá duas piscadas já está na caverna do demônio final. Tão raiz que tem combates random a cada 2 passos. Sendo honesto, quis achar ele simpático e até pensei em não pegar pesado, mas confesso que não posso fechar os olhos para um jogo que literalmente apenas existe.
Ficha Técnica
Publisher | Game Arts |
Desenvolvedor(es) | Studio Alex (parece nome de cabeleireiro, mas é real uma desenvolvedora) |
Diretor | Kazunari Tomi (que tomi, tomi) |
Produtor | Yōichi Miyaji |
Designer | Ichie Satou |
Artes | Ichie Satou Hirotake Mishima Chikako Kaitzu Chieko Yokoyama |
Músicas | Noriyuki Iwadare Isao Mizoguchi Two-Five (o site deles é bom acessar chapado, #FicaDica) |
Plataforma | Game Gear |
Lançamento | JP – 12 de Janeiro, 1996 (e eras isso) |
Resumão para não ficar perdido
Nossa leve trama ocorre muitos anos antes dos dois primeiros games de Lunar, no Planeta Lunar, afinal estamos falando mais uma vez de Lunar. Nesse período conhecemos nossa dupla de protagonistas, a ruiva quase sem falas, Ellie, e sua melhor amiga, a loirinha espevitada Lena. Ambas as moças são humildes camponesas que não manjam muito de nada e vivem pacatamente, até que tem suas vidas mudadas, quando em um belo dia o líder de sua vila as chama para trocar uns dois dedos de prosa. Prosa essa que se trata de um convite para que as duas estudem magia na cidade/ilha flutuante de Iyen, já um olheiro do Barcelona achou que as amigas tem algum potencial para a coisa enquanto procurava novos escra… quer dizer talentos. Como as meninas não entendem muito sobre magia resolvem aceitar, pois afinal vão ganhar comida de graça e não vão precisar mais carpir nenhum lote. O que as faz entrar em um novo mundo de aventuras, que vai desde passar por um perigoso exame admissional, até tretar fortemente com a Vile Tribe, uma raça que também é vilã nos outros games e não havia comentado até então. Elas também vão fazer amizade com três encrenqueiros machistas chamados Ant, Rick e Kule, estudar com renomados professores – menos um de magia estética que não sabe nem em que ano está – e fortalecer laços com Wing (que gosta de Lena) e Senia (que gosta de Azu, um NPC que fodasse). Sim, bem sucinta a coisa, esperava o que de um jogo de Game Gear?

Lorota
Às vezes fica raso demais.
Bem, vamos lá de novo com o papo sobre proposta e contexto. Walking School tem como objetivo fazer uma trama cheia de metáforas, com debates interessantes e que vai deixar a gente matutando depois de jogar? Não, ele quer ser simplesmente uma aventura divertida em uma escola de magia e sem nenhum tipo de compromisso. E ele consegue esse objetivo? Bem, às vezes. Você até consegue achar interessante a ideia da escola de magia e até se diverte com alguns os acontecimentos, mas fica muito longe de se importar com a rotina das nossas protagonistas. Se a ideia era a gente vivenciar, nem que minimamente, uma vida escolar, deveriam ter sido construídas mais coisas rotineiras de uma escola. Como assistir aulas e socializar com outros alunos, por exemplo. Entendo que temos limitações em um portátil de 1900 e bolinha, mas aí acho que faltou visão para os caras que planejaram essa temática que claramente não podia ser atendida com o console escolhido. Se o esquema fosse, sei lá, uma aventura divertida com essas duas mocinhas fofas descobrindo o mundo, acho que o esquema ia ser mais fácil de ser executado e tinha mais chance de sucesso. Até gostei bastante da Lena como personagem. Ela é rasa, como todos os outros personagens são, e termina o game da mesma forma que começou, mas pelo menos é divertida e casa com o tom da aventura. Algo que não posso falar de Ellie, que além de mal ter falas, não expressa nenhum tipo de reação a nada que acontece. Enfim, provavelmente estou pegando pesado aqui, mas não consigo deixar de lado uma trama que claramente não consegue atender a sua proposta. Espero que no remake lançado para Saturno eles tenham pelo menos criado um clima de escola e não de vila do Chaves como é aqui.
NOTA: 1.3

Playada
Passaram da conta no básico.
Antes que alguém queira vir colocar fogo na minha casa, deixa eu me explicar. Eu sei que estamos falando de um joguinho simples e sem muita pretensão aqui. Só acho que não precisava ser tão da idade da pedra do jeito que é. Estávamos em 1996 e Phantasy Star Gaiden de 1992 tinha mais coisas implementadas do que o mano aqui. Caralho gente, esse jogo não tem nem um básico sistema de equipamentos. Dragon Quest 1 tem e esse mano não. Sim, seus personagens podem usar robes mágicos e poderíamos tratar isso como sendo equipamentos, mas é tão fodasse que você pode jogar tudo e nem perceber isso, já que não afeta em nada nos atributos e só no tempo de recarga de MP. Recarga essa que ocorre de alguma maneira meio misteriosa. É enquanto você caminha? É quando você passa de nível? É quando você vence batalhas? Não sei, só sei que ocorre de vez em quando, e se conte feliz, pois é a única forma de restore sem ser por itens. Pois é, esse carinha aqui não tem nem uma caminha para curar as nossas feridas. Sério, você só recupera HP e MP com itens ou passando de capítulo. Isso faz falta de verdade? Não, pois o jogo é bem fácil, mas é mais um exemplo de básico não implementado. Assim como poder cancelar um comando dado para um personagem da party (que são 3 normalmente). Escolheu errado? Assume esse BO e vai até o final das consequências como na vida real. Isso pode parecer um detalhe bobo, mas faz toda a diferença quando você percebe que esse jogo tem um dos piores feedbacks de combate que já vi. Legal você colocar os portraits (retratos) dos personagens na tela, dá uma boa imersão, mas isso não pode estar na frente de informações mais úteis como HP e MP dos caras. Sim, você ainda consegue ver isso colocando para o lado em algum momentos do combate, até dá para ver o HP dos inimigos se eles já foram derrotados alguma vez, mas acho que faz mais sentido saber isso sempre para evitar a fadiga de não curar um mano que está com 2 de HP. Isso é uma decisão estética, eu sei, mas atrapalha demais a maior parte da jogatina que é o combate. Isso que nem comentei ainda a velocidade das mensagens de feedback de dano que é algo que só o The Flash consegue ler. Dá tempo de ler que alguém deu 300 de dano, aí começa a caçada de quem foi, colocando para tudo que é lado ao selecionar o uso de uma magia e rezando para não confirmar a ação que é sem volta. Como dizia o sábio: “Só bagunça, só bagunça”. Só não vou dar nota 0 para a play, pois mesmo sendo rústico demais ainda gosto de sistema de progressão com XP e nível, exploração cheia de batalhas aleatórias e idas e vindas nas mesmas dungeons por horas, que todo JRPG trás. Também gostei do sistema de aprendizado de magias, que não rola ao subir de nível, mas sim ao falar com os professores ao passar dos capítulos. Esse na real é um dos poucos pontos que faz o esquema parecer uma escolhinha parando para pensar. Isso poderia ser deixado mais claro ao longo da play e eu não ter descoberto vendo a lista de magias na internet? Poderia, mas não quero amassar demais esse game velho e empoeirado que estava no canto dele não incomodando ninguém.
NOTA: 0.7

Barulhama
Não dá para chamar de ruim.
Ah, eu gostei, viu. Sério, não estou de arreganho, eu gostei. As músicas repetem tanto que você quase sonha com elas, mas acho que combinam com o climão descontraído. Devem ter no máximo umas 5 músicas, mas achei que são uma das poucas coisas bem feitas em todo o jogo. Deixei no mudo uma boa parte, mas o que não deixei me agradou bastante. Não posso dar nota máxima como dei para os irmãos mais ricos, mas acho que posso dar uma moralzinha já que esculachei esse querido bastante.
NOTA: 1.8

Batom no Porco
Para encerrar o massacre.
Complicado né minha gente. O que eu vou falar desse carinha que não pediu para ser jogado e estava muito bem esquecido até então. Aqui não vamos ter nem as ceninhas estáticas PNG safadaço ou em anime para dar uma alegrada. Rola uns quadrinhos bem xexelentos no endgame, mas é uma pixel art tão sem graça que nem eleva a nota. Sério, me sinto mal por criticar tanto um joguinho simples desse, mas não vou poder passar pano para a movimentação dos sprites que parece que os caras estão nadando. Ou até a repetição das dungeons. Ou ainda os designs genéricos dos personagens, monstros e chefes. Sério minha turma, Dragon Quest 2 de NES tem inimigos mais expressivos que esse cara aqui. Para ser bem sincero, teve poucos inimigos que realmente entendi do que se tratava. Até me alembrei das aberrações que existem em Phantasy Star 3, algo que me faz acordar gritando no meio da noite de tão arrepiantes até hoje.
NOTA: 0.8

Fator Nostalgia
Sorte a dele.
Bem, esse é um dos poucos quesitos que não vou poder tirar pontos, afinal se não joguei os games da saga principal, o que dirá esse. Fico com dó da nossa duplinha Ellie e Lena, mas não tem como dar nota boa para esse game. Eu espero de todo o coração que o remake faça um bom trabalho, pois estou realmente me sentindo triste pela patifaria que estou cometendo. Tem tantos Veilguards, Concords e Skull and Bones por aí para eu dar hate, desculpa Walking School, não era minha intenção.
NOTA: 0
Por que perder tempo com essa bosta?
Só vale se você quiser jogar todos os jogos da saga Lunar ou pelo pouco valor histórico de games do Game Gear. Esse game não se destaca em nada e tem muito mais JRPGs, inclusive mais velhos que esse, que fazem um trabalho mais interessante. Infelizmente não consigo pensar em nenhum motivo para alguém perder tempo com esse jogo.
Por que não perder tempo com essa bosta?
Porque como já disse, esse game tem muito, ou quase nada, a apresentar. Se tivesse focado mais no clima escolar, misturando quests com o que as personagens estão aprendendo, acho que teria uma chance. Se ele fosse parecido com o que é o primeiro livro da Saga Harry Potta, por exemplo, teria não só cumprido bem sua missão, como quem sabe poderia até ter ganhado uma saga própria dentro da franquia. Como nada disso ocorreu, vamos fechar os olhos e deixar passar batido. Sim, eu sei que estou exigindo demais e pegando pesado. A parada é um jogo de portátil e de uma franquia não tão famosa, mas acho que ainda sim poderia ser muito melhor. Eu até já até trouxe jogos simples para o blog que apresentam algo a mais, então não tem muito lero lero.
Avaliação da Playada
Tempo de Jogo | 16:00:00 (aproximado, pois de novo essa bosta não tem contador de tempo implementado) |
Save State | 0 |
Detonado | 2 (tive que ir atrás da lista de magias e itens) |
Trapaças | 0 |
Game Over | 0 |
Zeramento | sim |
100% | não Todas as Magia (perdi algumas, pois entendi só no cap 9 como consegui-las) |
Resultado | ![]() |
Avaliação do Querido
Lorota | 1.3 |
Playada | 0.7 |
Barulhama | 1.8 |
Batom no Porco | 0.8 |
Fator Nostalgia | 0 |
Total | 4.6 |
Dificuldade | As veiz cê fica perdido, tirano isso muito fácil |
Resultado | ![]() |
Conclusão | É um jogo simpático e que peguei muito pesado por ser desalmado sem coração |