Breath of Fire 2 é… a sequência do Breath of Fire 1!
Por mais óbvio que possa parecer, ele é simplesmente isso mesmo. Uma sequência para o primeiro jogo de JRPG do pessoal dos remakes, Capcom. Foi lançado em 94 no Japão e 96 para os Américos. E nem preciso falar das maravilhosas adaptações entre as versões que já são de praxe. Lembra do lance da capa? Olha aí de novo:
Olhando parece que você vai meter a porrada em capirotos dos infernos com os X-Men desenhados por Rob Liefeld nos anos 90. Aí chega no jogo é matação de mosca, barata e rato com esse maninho aqui:
De novo magrelo, magrelo, duvido que ele consiga aguentar o peso dessa espada. Sem falar que como ela está nas costas, ele nem deve conseguir sacá-la! A não ser que tenha braços elásticos, o que até onde joguei não é verdade.
Esse game também tem uma versão para GBA, que foi a que joguei para fazer o post, e que melhora muita coisa. Principalmente as HUD’s do game que na versão SNES são osso duro. Para falar bem a verdade o game anterior também tem uma versão para o portátil, mas como uso muitas drogas esqueci de comentar no post dele.
BoF 2 é mais uma vez um JRPG clássico e com uma pentelhama monstra no saco. Raiz, raiz mesmo. Tão raiz que não tem nada de muito especial. Não que não seja um jogo bom, que ele é inclusive mais divertido que seu antecessor.
Ele é claramente uma evolução ao seu irmão mais velho, mesmo que tenha apenas um ano de diferença de lançamento. Ele tem um gráfico melhor, um sistema de batalha melhor e mais rápido, personagens mais bem desenvolvidos, história menos clichê e um sistema de transformações muito mais interessante.
As transformações aqui não são fusões de personagens jogáveis e sim fusões entre os personagens com jovens garotas Xamãs. Eu por exemplo gostaria muito de me fundir com uma jovem garota Xamã! Não que só isso seja o interessante, pois o que é legal é que as fusões são totalmente liberadas. Você pode mesclar a Xamã do fogo com a da água e um personagem jogável e algo vai sair. As vezes sai apenas um aumento de atributos, mas as vezes vai sair umas coisas tipo esse bicho aqui:
Se isso aqui não é um digimon ou sou um pé de moleque! Bicho brabíssimo esse aí! E essa é só uma das várias fusões “especiais” que podem ser feitas. Dá uma olhada nesse sapão cavaleiro punk que também pode sair:
Foda demais, se fuder! Claro que nem tudo são flores, pois se você der uma errada, pode ser que saia esse tipo de coisa:
Simplesmente uma cebola com sapatos! O que um bicho desse pode fazer para ajudar? Fazer os inimigos chorarem ao se cortar? Esse Japas também viajam na maionese, tem que parar de tomar essas cachaças depois do trampo!
Como falei, as transformações são o que tem de melhor nessa série. E as fusões são fodas. Mas não posso dizer a mesma coisa das transformações do protagonista, que mais uma vez é um menino dragão Ryu, que nem são transformações. É, o mano não chega a se transformar não, ele invoca os largatos para executar um ataque e vazar. Totalmente brochante! Sem falar que para calcular o dano que essas invocações vão causar, você terá que ter estudado em Harvard!
Uma mecânica nova é o famoso farm builder, ou seja, fazendinha feliz. Onde você pode criar uma pequena cidadezinha. Eu odeio essas mecânicas, mas tem gente que curte e vale a pena comentar.
Já a pior coisa que podemos comentar sobre esse maninho aqui, são a quantidade de batalhas aleatórias. Puta que me pariu! E a cada dois passos! Tem tanto monstro nessa merda, que mais parece metrô no horário de pico na Índia.
Também mantemos os problemas de dificuldade, onde você nunca vai saber onde ir ou o que fazer nessa naba. Além de que vai existir inimigos fudidos de difícil em várias áreas do game, o que vai te forçar a meter um farm cabuloso para passar. Já tem bicho para caceta e eles ainda estão sempre de pau duro! Porra, me dá um tempo aí!
Temos também mais uns problemas com a organização de itens e controle de party, que mesmo sendo um joguinho bacana pode fazer você querer quebrar uns controles ou teclados.
A história é bem mais interessante que a outra. Ainda vamos ter um herói predestinado que vai ter que enfrentar o mal para salvar o mundo? Sim, afinal já falei que temos um JRPG raiz. Mas também vamos ter uma grande treta envolvendo uma religião misteriosa que vai colocar um pouco de água no feijão.
Spoilers
A treta começa quando nosso novo Ryu era criança e estava procurando sua irmã, Yua, em uma floresta perto de sua casa. É, vamos ter muitos Ryus nessa merda de série. Vão dizer que isso é referência, mas todo mundo sabe que é só preguiça de inventar novos personagens.
Nosso amigo então quase morre na floresta, mas é salvo por seu pai Ganer. Que nem deveria tê-lo deixado ir à floresta para começo de conversa. Vai tomar o prêmio Nardoni de melhor pai do ano desse jeito! Eles então encontram Yua perto de um tipo de fóssil de dragão, que ela diz lembrar sua mãe. Devia ser feia essa mulher!
Ganer então explica que sua mulher acabou morrendo em um ataque de monstros à vila em que moram. Ele e Yua então voltam para a vila e Ryu fica viajando na floresta. Depois de um tempo ele também volta e descobre que virou um órfão. É, do nada seu pai e sua irmã sumiram. Uma terça-feira normal. Para quem é do Brasil é normal os pais sumirem assim, ao sair para comprar cigarros.
Ele então se abriga em uma igreja, onde conhece seu melhor amigo, Bow (Boche Doggy na Japa, depois não sabem por que mudam os nomes na américa), um doguinho malandro que mete uns abigeatos sem medo.
Os dois então resolvem se aventurar pelo mundo juntos, normal também, mas acabam se abrigando em uma caverna com um capetão ao fugindo da chuva. O capetão então quase os mata, mas vê potencial em Ryu e quer vê-lo o derrotar no futuro. Padrão vilão da cultura pop, que deixa o cu na reta.
Após o incidente, alguns anos passam e nossa dupla se torna Rangers. Não Power Rangers, só Rangers mesmo. Uns faz tudo desse mundo. Você precisa que alguém vá ao despachante? São eles. Você precisa de alguém para cortar a grama? São eles. Você precisa derrotar um demônio freira que está atormentando a sua família? São eles.
Eles estão vivendo de boas, fazendo seus trambiques, até que Bow cai em uma armadilha e acaba sendo acusado de roubo injustamente. Não que ele não seja um ladrão de marca maior, mas que dessa vez não foi ele.
Nesse ponto, Ryu parte numa aventura totalmente muda para tentar livrar seu amigo das garras do capa preta! Acaba juntando um bando de malucos que o seguem sem motivo nenhum. Katt (Rinpu Chuan na Japa), uma tigrinha lutadora super esquentada que não leva desaforo para casa, Rand Marks, um pangolim fisiculturista filhinho da mamãe que é foda no soco (e deveria ter sido morto para não dar a merda que deu), Nina Windia, que também repete em todos os jogos, Sten Legacy, um camaco malandro que já foi um grande general do seu povo, Jean (Tapeta na Japa), um príncipe sapo gordo que só quer fumar um e viver de sua arte na praia, e Spar (Aspara Gus na Japa), um homem-planta sem sentimentos aos moldes do Spock.
Bleu (Deis na Japa) também está no jogo, mas é uma personagem opcional/especial. Não chega a ter nenhuma relevância na história, só tem um lugar em meu coração mesmo! Não podia deixar de comentar sobre ela!
Depois de muito zanzar pelo mundo com essa turminha da pesada, Ryu encontra a real culpada pelo roubo que Bow se fudeu, Patty. Ela é uma ladra muito famosa, que manja muito de dragões e que mesmo que o jogo não fale com todas as letras é a irmã perdida de Ryu, Yua.
Depois de entregar a moça, Bow está livre e a nossa aventura se volta para outra quest, pois no meio das andanças de Ryu uma questão chamou muito a atenção. Existe uma religião chamada St. Eva, que está transformando pessoas inescrupulosas em demônios dos infernos. E tudo indica que um capirotão está querendo voltar à vida através dessa parada.
Nessa nova quest, nossos manos vão enfrentar um monte de gente ruim, que está ferrando com outras pessoas para conseguir vantagens e que no final viram demônios. Isso até encontrar um tipo de resistência comandada por um tigrão chamado Tiga e ir atacar a sede da religião maldita. Que é uma igreja.
Neste lugar Tiga se sacrifica para que nossa turma enfrente o líder do esquema chamado Habaruku, que tem aqueles nomes memes que nem conde Dooku e o mestre Sifo Dias. No final eles não conseguem porque o pau nas trevas foge, mas enfrentam seu principal discípulo Ray, que no final era do Clã dos Dragões Negros, que só queria despertar mais poderes em Ryu. Acho que ficou com remorso do que seus antepassados fizeram!
Falando em antepassados, existe uma parte do jogo onde a irmã mais nova de Nina se sacrifica para se tornar um pássaro gigante, que serve de veículo para a turma. Onde descobrimos que Nina e Ryu do jogo um meteram o boneco sem medo de ser feliz! Isso acabou diminuindo a pureza do clã dos pássaros? Sim, mas queria ressaltar essa tão escassa sarrafada entre personagens de JRPG.
Voltando a igreja, geral também consegue resgatar Ganer, pai de Ryu, que estava esse tempo todo em uma máquina tendo sua energia mágica sugada. Sugaram tanto que o mano ficou cego! Força de chupada!
Ganer então dá a dica para o povo que a treta da religião pode estar relacionada com o fóssil de dragão que existe na vila onde o jogo começa. E não é que é isso aí mesmo! O dragão na verdade é a mãe de Ryu (e Yua/Patty), que se sacrificou a muito tempo atrás para que um demônio chamado Deathevan não atacasse o mundo, bloqueando a entrada da caverna onde o bicho estava, com seu corpão dracônico.
Esse demônio então mandou seu cupincha Habaruku para tentar alguma coisa para enfraquecer o selo do corpão. E o que o mano pensou em fazer? Óbvio né, criar uma religião que o pegava a energia dos fiéis para o bicho ficar forte a ponto de quebrar a parada. Para enganar tonto ou você cria uma religião ou uma forma de ganhar dinheiro fácil! É batata, não tem erro. Eu mesmo consegui ganhar…Opa, melhor não falar isso aqui. Mas se você quiser saber como ficar rico, compre meu curso no hotmart, link do post!!
Ryu entendendo toda essa treta com sua mommy, também entende que ele como sendo um dragão (não comentei isso antes, mas os Ryus são dragões sempre. Quer dizer, tem um que não é, mas isso fica para depois) deve fazer alguma coisa para parar a treta. Assim, ele e sua turma entram no local onde sua mãe estava fazendo a proteção para enfrentar o capetão.
No lugar, eles não só enfrentam o bicho, como aquele primeiro monstro que Ryu e Bow encontraram quando crianças. Afinal, ele estava esperando para tomar um cacete. Nesse ponto a turma também descobre que o monstro Deathevan é um tipo de filho da deusa do primeiro jogo Tyr, que surgiu durante a luta final entre elas e nossos amigos. Como se fosse um tipo de ferida que tomou vida. Sabe aquela espinha que nasce na ponta do nariz e que vira um ser pensante quando você é adolescente? Tipo isso!
Após a treta, o monstro é enfraquecido e Ryu assim como sua mãe se sacrifica para selar a entrada da parada. Opa, isso é o final ruim, na moral Ganer consegue lançar a cidade que os personagens se reúnem durante o jogo e que vira uma nave para fechar a estrada. Fazendo todo mundo viver feliz para sempre e ir atrás de novas aventuras.
Claro que resumi muito, mas muito a trama toda, mas só com esse pequeno gostinho dá para ver que ela é bem mais interessante que a anterior. E esse é para mim o real ponto alto desse jogo. Tem as transformações? Tem, mas a história desse mano aqui é o ponto alto mesmo. Como falei no anterior, o jogo em si é bem simples e sem muita coisa que possa fazer alguém querer jogá-lo hoje em termos de gameplay. Então vai pela treta, que ela é massa, os personagens vão ser bem desenvolvidos e são ainda mais carismáticos.
No mais qualquer coisa se você jogar e não curtir, abram uma representação do ministério público contra minha pessoa e nos vemos no tribunal! Até mais e um abraço!