
Breath of Fire 4 é… o melhor jogo de toda a série e não tem nenhuma discussão! Ok, não vou ser tão pau nas trevas assim. Tem discussão sim, vocês têm todo o direito de estarem errados.
Para ser sincero, estou falando 100% com a nostalgia aqui. Esse jogo foi o único da série que joguei na adolescência, então tenho um carinho especial por ele. É tipo aquela ex que você não pode ver que sai fazendo merda, manja? Você sabe que a relação é uma merda, mas mesmo assim caí na tentação.
Não que esse jogo seja ruim, que ele está longe de ser, mas também não é o supra sumo dos JRPG’s. Ele foi lançado entre 2000/2001 para o PS1, o lindo, maravilhoso e tudo de bom.

Interessante é que no ano 2000 também tivemos o lançamento do PS2, o que nos indica que o BoF 4 foi desenvolvido no auge da plataforma que está. Para quem não manja, os melhores games dos consoles são lançados quando eles já estão quase morrendo, um último suspiro, sabe? E isso se deve justamente porque o console já está no seu máximo e geral já está careca de saber como a parada funciona.
Mas afinal, isso que comentei influenciou em alguma coisa no desenvolvimento do BoF 4. Sim. Ele é de longe o que tem os melhores gráficos e as animações não tem toda aquela lentidão do seu antecessor. Também é o jogo que mais teve conteúdo cortado para acelerar o lançamento. Se não lançassem rápido a piroca comeria solta e só teria como ser lançado no novo console. Aí, eles iriam sair de uma plataforma dominada para uma nova, o que era uma grande chance pra escagaçar o projeto todo e ele nunca ver a luz do dia.
Como jogo ele segue com a maioria das coisas do anterior. Algumas melhoram e outras pioram. Simples assim.

Uma melhoria se dá na bendita visão periférica que era o maior vilão do 3. Aqui seguimos com sprites e cenários 3D, mas a câmera foi melhorada bastante, tendo visão 360° na maioria dos casos. Os cenários ainda são desenhados com o cu pelo level designer, mas está mais simples a exploração.
Outra melhoria e que para mim é o chamariz desse jogo, é o controle da party. Puta merda, cheguei a ficar de pau duro aqui! Sério, o controle da party desse game é um dos melhores que já vi.
Para começar vamos ter 6 personagens na party e nas batalhas todos vão ir para a treta. Nada de nego vagabundo descansando como é nos outros! Claro que os 6 não vão atacar ao mesmo tempo, se não ia ser uma baba, mas 3 vão e os outros vão ficar de suporte. Podendo entrar na luta a qualquer turno e ainda executar ações especiais. Isso é muito flexível e não tem sentido jogos de turno não seguirem esse estilo, fica a dica!
Uma adição interessante é o sistema de combos, que permite a combinação de ataque entre os personagens. Aí um exemplo, se um mano lança um ataque de terra e outro na sequência um usa de fogo, um vulcão aparece para arregaçar tudo. Muito bom, se você decorar essas combinações, vai fazer um arregaço nos monstros e chefes. Claro que é melhor ir na sorte, pois a sensação é foda, mas se você quer ser um pró player que nem o pai aqui, vai na internet e pega a lista de combinações meu nobre! Para mais dicas, mande um e-mail para davyjonesestavacerto@gmail.com.
Voltando então o canhão para as coisas que achei que pioraram, vamos falar das transformações. Mais uma vez só quem faz isso é o Ryu e é a coisa mais broxante que já vi. Ainda mais depois da aula que foi o terceiro. Aqui, Ryu se transforma em uma versão homem-dragão com as habilidades de alguns dragões encontrados e pode invocar o bicho para um ataque rasga cu, que nem no 2. Bem paia na real!

Também temos a perda completa do mapa mundo, que agora é só um point and click com um JPEG de fundo safado. Não que eu desgoste dessa opção, mas que é mais legal andar pelo mapão aberto, ah isso é melhor!

Outro ponto que eu pessoalmente não curti foi o minigame de pesca. Antes a parada era bem simples, você ia lá escolhia uma vara foda, uma isca foda, jogava o anzol onde tinha a sombra do peixe e era só puxar, um abraço. Aqui tem toda uma lógica realista para pegar os bichos, que você tem que ser um Nelson Nakamura para se dar bem. Se fuder, na moral nem curto essas bostas de minigame de pesca! Enfiem esse minigame no c…! Desculpa, me passei!
No mais temos uma caralhada de mini-games novos e de novo o fazendinha feliz com as fadinhas. Temos o acampamento com os diálogos e pensamentos dos personagens sobre a trama. E também se mantém o sistema de mestres e skills que já é sucesso na boca do povo!
Sempre comento sobre o carisma do mundo e dos personagens, mas aqui o negócio é espetacular. É realmente um troço de louco. É onde BoF 4 brilha! O lance é uma mistureba de cultura chinesa com árabe que dá gosto de se olhar. Que coisa linda. Sem falar nas raças antropomórficas, já comentadas, que ficam zanzado por tudo e dando aquela pitada de tempero no molho todo.
Ele também tem uma abertura icônica em anime, que não posso deixar de comentar e até colocar para vocês. É para Otaku fedido se masturbar na frente da tela:
Em termos de história, não temos de novo uma história 100% clichê, mas na minha visão mais uma vez temos uma história truncada e que demora a engrenar. Não fosse o carisma dos personagens envolvidos, acho que ela poderia até ser considerada fraca.
Spoilers
A treta então começa com dois de nossos personagens principais, a já famosa princesa Nina e seu guarda-costas Cray, um chefe guerreiro da tribo porradeira dos homens-tigres. Na real também já faz um tempo que é normal termos um tigrinho na treta, né? Eles estão indo atrás da irmã mais velha da passarinha, chamada Elina.
Durante a busca um verme cu voador, que eles chamam de dragão, destrói seu navio de areia, por que lógica passa longe daqui. Aí, eles ficam presos no deserto, onde encontram nosso novo Ryu. Um garoto de cabelos azuis que pode se transformar em dragão. Nada de novo no front!

Como nosso amigo Ryu está desmemoriado, o trio se junta para matar dois cachorros com uma pazada só. Ou seria matar um robô com duas marteladas? Ou até matar três jaguatiricas com 4 mordidas? Sei lá, me esqueci, o fato é que o trio segue junto para encontrar Elina e entender quem é o Ryu.
Enquanto isso, vemos o despertar de um rapaz chamado Fou-lu, que na verdade é o milenar imperador do grande império Fu, que comanda um dos dois continentes do jogo. E o outro continente vocês me perguntam? O outro é composto por vários reinos independentes e inclusive são constantemente assediados por esse tal império, que vai se revelar como sendo um bando de arrombados! E é onde Ryu e sua turma se encontram.

Fou-lu, desperta para reassumir seu lugar como imperador e ajudar o povo a ir para o caminho certo. Parece até certos políticos que existem por aí! Mas ao despertar depois de uma caralhada de tempo, o mano descobre que os humanos não estão mais a fim de sua ajuda e sim querem matá-lo. Ele então parte em uma trilha de confrontos onde perde totalmente a fé na humanidade e por final acaba assumindo o trono imperial na marra mesmo.
Já os heróis vivem em paralelo uma série de aventuras e como de praxe reúnem uma turminha do barulho. Ershin, que é uma armadura que contém o espírito da nossa já amada Deis (Bleu) dentro de si, Scias, um cachorro ronin bêbado boladasso, e Ursula, uma imperial que tem como único objetivo levar Ryu para as forças de seu povo. Ela ajuda direto na treta? Sim, mas com o pretexto de levar Ryu.

A treta então pega mesmo preço quando geral descobre que o imperador Fou-lu e Ryu são a mesma pessoa, meio que dividida, meio que separada, sei lá. Só sei que são a mesma pessoa e fadadas a se juntarem em algum momento. Também é descoberto que eles são algo que o pessoal desse mundo chama de Escolhido, que são seres isekaizados de outros mundos para fazer as vezes de Deuses na parada.
Maior chapadeira esse papo, na moral. É meio que um multiverso da loucura! Inclusive até onde entendi esse mundo do 4 é uma linha paralela com os demais jogos. Essa minha teoria é meio que comprovada ao explicar a presença da Deis, que está na armadura como disse, que é a mesma dos outros games e também uma Escolhida. Ela é arroz de festa na cara dura mermo!
O fato é que depois das descobertas, Ryu e a turma decidem ir até o império e enfrentar Fou-lu. Que neste momento está tomando conta de tudo e querendo também se juntar com sua outra parte, para ficar super pica e destruir os humanos.

No meio dessa treta toda de Escolhidos, geral também encontra Elina, que foi transformada em um tipo de Escolhido artificial. Isso com a infusão de vários monstros em seu corpo, que foi feita por um cientista louco chamado Yuna. Cray, que é apaixonado por ela desde a infância acaba tendo que sacrificá-la, em uma das cenas mais tristes da saga. Pelo menos eu achei triste, se não fosse um macho alpha teria escorrido umas lágrimas!
Depois desse negócio tenso, geral vai até a capital do império e enfrentam Fou-lu. Aí a história real mostra que Ryu o derrota em batalha e o absorve, mas se eu pudesse teria ido fácil com Fou-lu e matado a humanidade. Não aguento mais músicas da Anitta, filmes da Marvel, séries de Star Wars e vídeos do Luccas Neto.
Ryu completo com Fou-lu toma uma medida drástica e manda todos os Escolhidos para o seu mundo natal, acabando com essa palhaçada de aprisionar pessoas e pedir favores. Ryu e Deis voltam então para o seu mundo? Não, acho que Ryu os deixou de fora da macumba, eles só ficam sem seus poderes mesmo.
Todos então voltam para as suas vidas e tentam arrumar tudo que o império cagou no caminho. Também é visto que Yuna, o cientista que avacalhou Elina está vivo e pensando em meter mais uns Escolhidos artificiais. O que na minha teoria gerou o quinto game, mas tirei isso do interior do meu rabo.
Bom, como falei a história é bem da mais ou menos, e resumindo assim fica ainda pior. Isso não é motivo para não querer jogar esse mano. Ele é tão simpático, mas tão simpático que peço para vocês darem uma chance. Na moral, por mim! Sim, estou falando com nostalgia no coração, mas quem seria a gente sem nostalgia? Um poço vazio de memórias. Nossa depois dessa frase vocês tem que jogar!
Vou indo nessa então, e nos vemos no próximo post que garanto que vai ser puro ódio.