Wild Arms 5

Wild Arms 5 é … o quinto jogo da linha principal dos nossos metedores de tiro na cara de vagabundo. Não que seja o quinto jogo lançado, afinal tem um remake perdido no meio do esquema, mas é o jogo 5. O pessoal poderia ajudar a gente e parar de lançar esses “spin-offs”. Se bem que essa série nem tem tantos jogos e confusões com números que nem a saga Final Fantasy.

A essa altura do campeonato não preciso dizer que ele foi desenvolvido pela Media Vision e lançado pela Sony (na verdade isso no Japão, que nos outros lugares foram outras empresas). Até tirei uma onda da Media Vision nos primeiros posts, mas agora tenho que confessar que ela está no meu coração.

Não que todos os jogos dessa saga sejam algo que se possa dizer, “Nossa isso aqui é Goty sem sombra de dúvidas!”, ou até, “Mas isso aqui é revolucionário!”, ou ainda, “Que coisa maravilhosa, esse game é o game da minha vida!”, mas tenho que admitir que são em suma jogos divertidos.

Até porque esse excesso de superlativos é coisa da galera de agora, que acha tudo a maior ou melhor coisa da vida. Quero pegar o pau no cu que disse que o filme do Flash era o melhor filme de heróis de todos e bater na nuca dele até não nascer mais cabelo. Filho da puta!!!

O Carinha de Anjo da vez foi lançado entre 2006 e 2008 para o console do 3 DVD’s por 10, Playstation 2. Até onde sei não foi lançado para mais nenhuma plataforma, o que é uma sacanagem tremenda, já que ele pode ser considerado o melhor da saga sem sombra de dúvidas.

Eu sei, eu sei. Falei a mesma coisa no jogo 3 e estou me contradizendo na cara dura. Pois é, durmam com essa, sempre falei para não levar a sério o que esse retardado aqui fala. Também sempre disse para não confiar no que está escrito na internet. Vocês não sabem a dor de cabeça que dá explicar que não existe esse lance de PIX que te retorna o dobro, para uma senhora que não conhece as mazelas dos confins da rede mundial de computadores.

Tirando a zueirada, realmente WA 5 é um dos melhores jogos da saga. Vai ser uma briga feia com o terceiro na hora da lista de melhores, mas nesse momento minha balança (meus ovos) está pendendo demais para o 5. Pode ser meio injusto a comparação, pois ele foi lançado já no final de vida do PS2. Mas não estou aqui para ser justo. Nunca nem disse que ia ser. Quer justiça, vai olhar o The Voice Kids, com os super jurados entendedores de música, Carlinhos Brown, Mumuzinho e Iza.

Podemos resumir Wild Arms 5 como sendo o 4 com todos os sistemas melhorados. Sim, em termos de jogabilidade temos o exato mesmo sistema do anterior, mas mais polido e refinado. Como tem que ser, porque persistir nos erros é burrice, já dizia o poeta.

Temos aquele mesmo esquema de hex, temos elementos de plataforma (aqui tem menos, mas ainda tem), temos gerenciamento de equipamentos, temos como purificar dungeons para não ter lutas aleatórias, não temos mais tools, o uso de MP e mais um monte de coisas do 4 que não lembro no momento. O fato é que a base veio forte e vamos agora com o que foi melhorado nesses pontos.

O primeiro ponto que mudou e melhorou foi o sistema de câmera. No jogo 4 tínhamos ainda aquela câmera limitada e às vezes até fixa, já aqui o controle é 100% livre. O esquema é o dos jogos de hoje em terceira pessoa, controle do personagem e câmera livres usando os analógicos. Isso deixa o jogo com um ar mais moderno, mas também trás seus já conhecidos problemas. Um exemplo de problema é a já conhecida esquizofrenia da câmera, que as vezes entra dentro do cu do personagem não deixando a gente ver porra nenhuma. Maravilhas dos tempos modernos do video jogos.

Como falei antes, ainda temos elementos de plataforma. Também falei que eles diminuíram pela graça do nosso senhor Jesus. Não que em alguns momentos você não vai querer quebrar o controle, mas diminuiu tanto que nem temos mais o famoso pulo duplo (e não faz falta). Eu até hoje não entendo esse lance de pulo duplo. Como que funciona a física disso? O cara cria um atrito com o ar? Invoca um bloco flutuante divino? Um espírito camarada se manifesta para dar um pezinho? Fica a sincera dúvida aqui!

Um sistema que foi implementado e que ajuda muito é a bússola. Em outros jogos ela existe em termos de mapa mundi, mas aqui ela existe em todos os lugares. É uma mão na roda para quem tem labirintite ou o senso de direção do Zoro. Além é claro de facilitar os “pró-gamers” como eu que tem que ir atrás de detonado para passar por alguns trechos. Ahh, vai tomar no cu, tem uns labirintos cheios de monstros de pau duro nesse game que ninguém merece passar sozinho não! Não me julguem!

Também disse que o sistema Hex permanece para as batalhas. Mas as batalhas em si mudam um pouco. A começar que em alguns chefes o campo não é de fato um hexágono. Isso amplia ainda mais o fator estratégico do esquema. Pois aqui você vai ter de fato que se preocupar com a posição dos manos. Deixe um cara encurralado para você ver, é caixão na certa.

O que mudou em termos de luta e não curti, foi a possibilidade de poder se mexer no “tabuleiro” e ainda assim atacar. Isso tira um pouco o fator estratégico e aumenta a dificuldade. Poxa, às vezes você só quer dar uma fugida dos monstros que não dão trégua, mas o cara te persegue que nem o Jason com casais adolescentes transantes.

Outra coisa meio merda é o sistema de ressurreição. Apoiar os caídos já é normal de RPG, mas do jeito que é aqui é estranho. Quando um personagem “morre”, ele desaparece do campo de batalha. Como se tivesse morrido para sempre, o que me fez de fato confundir se dava mesmo para levantá-lo. Como tinha itens de ressurreição (Revive Fruit e Full Revive padrão da saga) eu entendi que tinha e usei eles para ver o que dava. Para minha surpresa o mano levantou, mas no mesmo Hex de quem usou o item. Além de estranho esse esquema, o cara ainda fica em desvantagem, pois os manos voltam tudo no mesmo lugar, prontos para tomarem um golpe rasga cu do inimigo. Aí a sorte que dá para mover e atacar juntos, se não o estrago era maior.

Falando em sistema de lutas, temos o mesmo sistema de GC do 4 (que era PS antes). A grande diferença é que as vantagens não são mais intrínsecas dos personagens e sim estão atreladas aos médiuns (Guardiões) que você equipa. É que nem que igual ao que ocorre no 3. Isso é bom pois deixa você livre para montar a build dos caras, mas para mim é merda, já que gosto de cada mano com habilidades específicas ao seu jeitinho de ser. Cada personagem tem sim uma habilidade única intrínseca, mas o resto é a escolha.

Para ser sincero o que mais me incomodou nesse termo é o desbalanceamento das habilidades. São 6 médiuns aqui (achei pouco, mas por um lado até melhor) e nesses seis as magias são distribuídas. Então tu vai ter vários caras com buffs, debuffs e magias de suporte que deveriam estar em um personagem de apoio. Meio ruim isso e dificulta umas lutas que poderiam ser mais simples.

Para ser sincero eu entendo o motivo do sistema de GC ser assim. O intuito é além de deixar o game mais difícil, já que o 4 é super fácil, também usar o sistema de gerenciamento de party. É, aqui vamos ter isso, como no 2 e no ACF, já que temos 6 personagens e 3 são usados em batalha. Então a ideia é ir trocando eles durante as tretas para usar as diversas habilidades.

A piroca, é que muitas vezes você nem vai ter tempo de fazer essas trocas, pois os inimigos já comeram a bunda de geral. Sem falar que temos o sistema de mercado negro (que existe em todos os games, mas acho que nunca comentei) que vai consumir níveis dos personagens e é essencial para fazer 100% do game.

O sistema de mercado negro é aquele simples esquema. Uma loja especial para pessoas especiais, escondida e com os melhores itens do jogo. A treta é que tanto no jogo 4 quanto neste a moeda de troca é o seu esforço. Você troca itens por XP/Nível, ao invés da mascada illuminati. O que te faz ter que voltar para o nível 1 com alguns personagens em algumas vezes. Principalmente para comprar chaves mágicas (duplicators, também são padrão na série e esqueci de comentar) que liberam baús selados. Aí, se vai o boi com as cordas para esse sistema de troca de personagens. Você escolhe os que mais gosta, monta uma estratégia matadora e os outros servem de moeda de troca para comprar anões, contratar assassinos, trocar cartas de Magic e demais coisas da deep web de WA.

Aproveitando para dar uma amenizada no lance de vender níveis, tenho que comentar que o grind desse jogo é o mais fácil que já vi. Eles removeram o lance de multiplicadores de XP desde o 4, mas nem é preciso. Você consegue acessórios (badges) que fazem os personagens ganharem nível facilmente. Isso deixa o sistema de mercado negro bem suave e balanceado. Sério manos, eu fiz um personagem passar do LV 1 para o 63 em uma luta. É bem tranquilo mesmo.

Um ponto cabeludo na luta é o sistema de reload. Aqui, como no jogo 3, todos os personagens usam ARMS. Mesmo que alguns deles sejam espadas e não armas mesmo, mas são considerados ARMS. Se bem que é estranho uma espada ter que dar reload! Será que o cara na real tem que afiar ela? Mais um ponto de dúvida aí. O fato é que temos também uma quantidade de munição para o uso delas e quando acaba o personagem tem que dar reload, usando a defesa por um turno. O diferente é que no 3 quando as balas acabavam o cara ia na coronhada e aqui o personagem não pode atacar. Que isso minha gente, sem balas não se garantem no soco? Aí é vacilo!

Para amenizar novamente, o já conhecido sistema de upgrade dos trabucos é o melhor da saga. Eles são feitos com itens facilmente encontrados no game (Dragon Fósseis, que vem desde o 3) e podem ser alterados em pontos de save ao bel prazer. Você pode colocar tudo em força e voltar a atrás e colocar tudo em magia depois. Ok, nos outros games tinha a opção de reset, mas normalmente se perdia muita grana. Aqui é filezinho! Além de combar com o lance do GP, parabéns ao GD, aqui deu show!

Para encerrar a parte de batalha, tenho que salientar que voltamos a ter um uso grande do consagrado sistema Force. Ele vai ser imprescindível em muitos momentos da treta. Além de termos de novo o sistema de combo de ataques que é lindo e com animações de cair o cu da bunda. Pena que não temos ataques triplos, mas são tantas combinações (6 personagens) que nem fez falta.

Voltando para a parte de exploração, que aqui é bagunça mermo! O sistema de tools não existe. Como o do 4, que existe, mas não existe. Você mais uma vez só vai controlar o personagem principal na exploração (Dean) e ele vai ter um sistema de tiro. É, isso aí, não tem os tools, mas tem tiroteio no meio da exploração! Esses tiros vão substituir os tools e ser usados para resolver puzzles e tals. Vai ter tiro de gelo, fogo, grappling hook e mais. Eu gostava dos tools, mas esse sisteminha é muito bacana. Tirando a parte que ele mira sozinho e normalmente o filha da mãe mira na puta que me pariu e não no que eu quero.

Outra coisa bacana e que ajuda nas dungeons é o mapa. Isso mesmo, aqui vamos poder consultar o mapa da dungeon. Não que isso seja algo tipo “Nossa! Isso aqui é super útil e não me perco mais!”, mas é bacana. Você pode consultar lugares não explorados e ter uma ideia no que está se metendo, ponto positivo!

Temos de volta o já consagrado mapa mundo que tinha sido esquecido no 4! Aí a igreja dá vivas de pé irmãos!! Puxa, eu até gosto de mapa point and click, mas parece que falta algo quando não temos o mundão. Não que aqui seja de fato um mundão, mas o que tem para mim já é o suficiente. Também não quero um mundão vazio que leva 12 horas para ir de um ponto a outro. Se for para perder tempo eu tento cancelar meu plano da Vivo.

Como temos mapa mundo, obviamente que vamos ter montarias e ships né? É, temos e não temos. Vamos ter um monociclo para locomoção mais rápida e o nosso amigo camarada Golem Asgard. Estava com saudade dele, nos últimos tempos ele sempre era inimigo.

Falando em Asgard, além de ele servir de locomoção, para quebrar uns pedregulhos, ter uma grande participação na trama, o mano ainda participa de lutas. O que na verdade é bem broxante, já que as lutas de Asgard não podem ser controladas ao bel prazer. Você vai usar um tipo de algoritmo para montar as ações dele (que é complicado para caramba de entender de primeira, só tendo faculdade mesmo) e depois ficar assistindo. Bem fraco mesmo. Em inimigos pica, normalmente ele vai de base, já que a IA é bem limitada. Mas me conto feliz em ele estar ao nosso lado!

Para fechar os pontos da exploração, temos um pré sistema de GPS para as quests principais. É, normalmente as quests principais ficam marcadas no mapa com um círculo, o que facilita e agiliza muito a parada. Ninguém deve defender esse sistema antigo de não ter ideia para onde ir. Isso é mala demais, todo mundo aqui tem vida! Vamos facilitar para o pobre explorado padrão que só joga por 2 horas no dia.

Também quero comentar sobre um sistema que hoje é básico, mas que nessa época e para essa saga é algo interessante, que é a troca de skins. É, aqui algumas roupas dos personagens mudam a sua skin. Algumas são só cores, mas tem uns que mudam a vestimenta mesmo. Muito massa, dá um ar de game das novas gerações! Eu sei, é bem bobo isso, mas eu curti. Pena que as armas não mudam a skin. Para ser sincero a ARM do personagem em si você não altera e sim a munição. O que não faz nenhum sentido para a espada, mas vida que segue.

Agora vamos entrar na parte que melhorou 232,78% do 4, o sistema de diálogo. Eu sei, é bem específico essa porcentagem, mas juro que fiz um cálculo super apurado para chegar nele, confia! Aqui os portraits chechelentos foram de base e temos de volta o teatro de bonecos. Ou seja, os personagens se mexem e reagem com seus modelos 3D. Entendo que os portraits do 4 foram mais por tempo e não decisão artística, mas eram chechelentos mesmo. Não tem como defender JPG no lugar dos modelos 3D.

Na real ainda existem uns portraits básicos nas caixas de diálogo, mas nem faz diferença. Só o nome do personagem já era o suficiente. Se removesse tenho certeza que ninguém ia sentir a menor falta.

Temos também diversas cutscenes, ainda mais do que já tinha no 4. Elas todas são dubladas como antes e também como antes na América ela é canastra demais. Pagaram um Dollynho e uma coxinha de frango velho para esse povo fazer isso. Só não é pior que a dublagem da Pitty e do Roger, no mais é super falsa e passa zero sentimento. Imagino que a versão Japa seja melhor, mas como já disse, nessa época não existia o lance de trocar o áudio.

Em termos de estética, mais uma vez não temos o velho oeste fodasso que nem no 3. Existe uns leves toques de velho oeste aqui e ali, mas é muito mais puxado para futurista. Poxa, no terceiro até entra areia no meio das suas nádegas, de tão velho oeste. Pena que abandonaram aquela estética.

O que não posso reclamar é na questão gráfica. Puta merda, como está bonito esse troço. Tu bota melhoria de shaders e gráficos no emulador e ele parece jogo novo. Chega a ser melhor que uns games lançados recentemente, não é mesmo senhor Gollum? Ok, às vezes temos uns bonecos de papel aqui e ali e bem menos personagens em tela, mas aí é limitação técnica. No mais, mesmo não sendo cel shading, o cara é bonito. Puxa mais para o cartoon, mas é bonitão que nem um anime bem animado.

Jesus, que coisa horrorosa!! Tive que parar para comentar, como tiveram a cara de pau de lançar um troço desse meu povo?! Isso é caso de polícia!

Agora, vou ter que registrar aqui a minha queixa formal sobre uma atrocidade que esse jogo cometeu! Não posso deixar passar e já estou mandando para o Alexandre de Moraes uma petição para a prisão de quem fez isso! Não podemos mais no século 21 conviver com esse tipo de coisa, que vai contra toda a nossa sociedade. Esse achincalhamento que vai contra todos os nossos anos de luta! Essa coisa baixa e que não representa o nosso povo, a nossa gente!! Meus amigos e minhas amigas, esse game tem a pachorra de ter uma abertura em CGI e não em ANIME!!!!

ISSO É INACEITÁVEL!! ISSO É UMA VERGONHA!!

É INTANKAVEEEEELLLLL!!!!

INTANKAVEEEEEEEEEEELLLLLLLLLLL!!!!

INTANKAVEEEEEEEEEEEEEEEEEEELLLLLLLLLLLLLL!!

INTANKAAAAAAAAAAAAVVVVVVVVVVEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEELLLLLLLLLLLLLLLLLLLL!!

INTAAAAAAAAANKKKKKKKAAAAAAAAAAAAAAAAAVVVVVVVVVEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEELLLLLLLLLLLLLLLLLLLL!!

Nossa perdi a linha geral aqui! Quebrei o teclado, mouse e controle. Para me acalmar só uma coisa nesse momento…

Antes de falar sobre a história, bom salientar que descobri um novo sistema aos 45 do segundo tempo no game e que me ajudou muito em algumas lutas cabeludas. Ele se chama Chain e realmente não sei como funciona e nem como dispara. O que posso dizer é que é uma opção em batalha que faz os personagens encadearem uma série de ataques. Eles podem ir encadeando ataques ao ponto de o inimigo nem chegar a atacar mais. É foda!! A dica é, aprendam a usar esse lance, pois tem uns chefes (O Ragu, como de costume, por exemplo) que só abusando desse sistema para vencer.

E a história? É foda! Simples assim. Sério mesmo, para mim é o melhor enredo da saga disparado. Ele tem alguns personagens muito cativantes (alguns mesmo), uma trama que começa boba, mas que cresce em dramaticidade ao longo do tempo e fala sobre um tema relevante, o racismo. É, fala sobre racismo. E não da forma básica e rasa como são nas produções de hoje, mas de uma forma dura e com tons de cinza. É realmente espetacular, ganhou muitos pontos comigo.

Não gostei quase nada do protagonista Dean, mas o resto gostei de todos os personagens e suas motivações. Já é clichê o lance do grande escolhido, menino puro que vai mudar o mundo e derrotar o mal, só não me passa algumas coisas na garganta. Dean tem o lema (que é repetido à exaustão na trama) de que “Nada é impossível se você não desistir!”. E a frase é ótima e tem uma mensagem foda, mas também é foda um muleque chumbazento de 16 anos ficar metendo essa o tempo todo. Todo mundo sabe que muleque de 16 anos não sabe porra nenhuma de porra nenhuma. E falo por experiência própria, quando tinha 16 anos eu não sabia. E para ser sincero, hoje com 34 anos eu ainda não sei.

O carinha mete muita marra e fica dando lição de moral em geral, isso incomoda muito. Sim, ele leva muito por dentro dos olhos durante a jornada, mas ainda sim achei muito forçado. Nada que atrapalhe a trama, só queria pontuar mesmo.

Um ponto que pega na apresentação da história, é como rolam os diálogos. Normalmente vão existir vários diálogos durante a exploração das dungeons, o que dá uma quebra de ritmo foda. Eles servem para desenvolver os manos, mas na maioria das vezes atrapalham. No quarto e terceiro game já tínhamos isso, mas aqui é acentuado. Não que atrapalhe, mas poderia ter sido feito em momentos melhores essa conversaria desenfreada.

Outro ponto interessante antes dos sapoilers é que esse jogo comemora 10 anos da franquia e está cheinho de fã services. Parece uma mistura de Homem-Aranha sem volta para casa com The Flash. Tem todos os tipos de referências a outros jogos e até personagens dos outros games fazendo aparições pelos cenários. Maneiro demais! Tem até as roupas dos personagens para desbloquear. O que no final não vale a pena, que para isso você vai ter que enfrentar cada batalha de arrancar os cabelos do cu que nem faz sentido!

Spoilers


E a treta começa como? Com um planeta chamado Filgaia passando apuros horas bolas. Vinte anos de Wild Arms e não aprendeu ainda?! Que vacilo!

Nesse planeta mora Dean Stark (nada haver com o Tony, nem da Marvel e nem do jogo 2) um jovem sonhador que quer deixar sua vila para ser um Caçador de Golens. Nessa Filgaia os Golens são amados e venerados, usados para diversas coisas e também para estudos tecnológicos, já que vem de uma época que a tecnologia era de ponta (nada novo, sempre da merda na tecnologia e temos que voltar atrás, também fica a dica).

Dean vive em Capo Bronco, onde faz leves incursões a antigas escavações para achar pedaços dos Gundams, mas está prestes a se aventurar pelo mundo atrás do seu sonho. Ele resolve então levar sua amiga de infância a um morro e contar que vai partir da vila. A amiga se chama Rebecca Streisand, uma coisinha linda, fofa e inteligente que morre de amores pelo nosso protagonista.

E é morre mesmo, que a bichinha sofre de amores não correspondidos pelo rapaz uma barbaridade. Ela está constantemente com ciúmes do cara e não se sente segura para revelar seus sentimentos. O que faz ela sempre afastá-lo mais do que enamorá-lo. Ela também escreve um diário onde vai colocando todos o seu desalento romântico ao longo da trama. Virando protagonista em algumas ocasiões. Ela também tem o sonho de trabalhar no circo como malabarista, para não dizerem que “ela só vive em razão de macho”.

Durante essa leve aventura no morro, Dean e Rebecca encontram Avril Vent Fleur, uma linda moça elegante, de cabelos platinados e que perdeu totalmente a memória. Na verdade ela não é bem uma moça, já que tem mais de 12000 anos, mas isso é papo pra daqui a pouco. O que sabemos, é que ele não lembra de porra nenhuma de seu passado, além de seu próprio nome e o nome Johnny Appleseed.

Nesse momento as coisas se alinham e os três protagonistas partem pelo mundo para que Dean vire um Caçador de Golens, como seu maior herói, o rei dos caçadores Nightburn Acklund, para buscar a memória de Avril e descobrir quem é esse de tal Johnny.

No meio da jornada, vão se juntar ao grupo mais três manolos. Greg Russellberg, pai de um filho assassinado, marido de uma esposa assassinada e que vai buscar sua vingança nesta vida ou em outra. Só não é comandante dos exércitos do norte e gladiador, e sim um Destruidor de Golens, já que quem matou sua família foi um cara que usava um braço implantado de Golem.

Chuck Preston, um loirinho genérico, que é Caçador de Golens, mas de nível coco da mosca que pousa no coco do cachorro. Também tem um complexo de se culpar por todos à sua volta morrerem, o que o faz se afastar de geral e sempre viver sozinho. Nada que uns sopapos e umas verdades jogadas na cara não curem ao longo da jornada.

E Carol Anderson, que tem nome de atriz porno, mas que na verdade é uma menininha inteligentíssima e super fofa. Ela na verdade fugiu dos seus pais, por ser muito maltratada e foi acolhida por um professor maneiro que a ajudou e trata como filha. Quando é encontrada pela turma estava perdida do professor, o que denota que ele não era lá grandes coisas como pai, mas no final ajudou mais que atrapalhou. Carol também tem medo de ser deixada para trás ou incomodar as pessoas, que faz ter algumas cenas emocionantes e que se eu não fosse machão como sou, teria chorado. No mais é a personagem que eu mais gosto!

O pessoal também vai se deparar com a grande treta que está rolando na Filgaia da vez durante a aventura. Desta vez temos duas raças em conflito. Os humanos, que são simplesmente as pessoas que sempre viveram em Filgaia, e os Veruni, que são humanos que tentaram uma vida no espaço a 12000 anos atrás, mas que voltaram para seu lar.

Você me pergunta porque os Veruni foram tentar a vida nas estrelas? E eu respondo, porque Filgaia estava ficando sem recursos a 12000 anos antes do game. A humanidade chegou ao ápice da tecnologia, mas com isso também escagalhaçou o mundo todo. Aí um pessoal resolveu abandonar a barca (Veruni) e outro ficou tentando resolver a treta (humanos).

Como diminuiu a quantidade de gente, as coisas aos poucos foram melhorando, o que mostra que Thanos está mais que certo!! Pelo menos até os descrentes voltarem da sua infrutífera procura por outro planeta.

Como os Veruni não precisaram se livrar de nenhuma tecnologia para desferrar Filgaia, acabaram tendo poder para ficar no controle e oprimir a galera que ficou. Hum, parece que já vimos isso antes não é mesmo? É, é mesmo, mas nem tudo que parece realmente é, pois no mundo real as coisas não são pretas no branco. Quer dizer, aqui é um jogo, mas como está se baseando na vida real, ele é a vida real desses personagens, que são um jogo e não a vida real, mas que poderia hipoteticamente ser a vida real e tals. Ah, vocês me entenderam!

O fato é que nem todos os Veruni são maus e nem todos os humanos são bons. Como exemplo o herói de Dean, Nightburn, o melhor caçador de Golens. Durante a procura por Johnny Appleseed, que é também uma marca de vinhos, nossa turma chega a Laila Belle. Neste lugar não só Dean descobre que é super burocrático ser um caçador, como descobre que o Night não é um herói. Ele na verdade está fazendo umas coisas bem cabeludas e o seu intuito real é acabar com a humanidade completamente.

Nesse momento uma lutaria rola e entendemos que o cara só perdeu a fé na convivência entre humanos e Veruni, depois que perdeu sua mulher que era uma Veruni. É nesse ponto também que Dean decide mudar seu objetivo de ser caçador, para dar um jeito de que as duas raças vivam com harmonia e dignidade. Escalou bem rápido isso né mesmo? Nightburn é dado como morto na treta, mas todo mundo sabe que não é bem isso.

Com esse novo objetivo, a treta passa a ser enfrentar a ala radical dos Veruni. Isso mesmo, a ala radical,  já que as coisas não são pretas ou brancas como disse antes e sim cinzas. Mesmo dentro do Veruni, existe a ala moderada, que quer convivência mútua entre as raças e os radicais que querem matar toda a humanidade. Outro fator importante dessa treta toda é uma doença que está se espalhando pelos Veruni chamada VR Factor e os está matando a rodo. Isso está acontecendo porque ao ficarem 12000 anos no espaço e voltarem, Filgaia os está tratando como invasores e tentando os expulsar. Nada é simples nesse mundo gente.

A ala radical Veruni é quem está atualmente no poder e por isso que os maus tratos estão correndo soltos. Essa ala/partido é comandada por Volsung, um mestiço entre Veruni e humanos que não tem nenhum escrúpulo para atingir seus objetivos. Também existem 4 grandes sentinelas, que são: Fereydoon, um exemplar soldado que cumpre tudo que lhe é mandado mesmo a contragosto. Persephone, uma bela e voluptuosa moça que é irmã da mulher de Nighburn e também ama o cara. Kartikeya, um maluco porra louca que ama matar e também foi quem matou a familia de Greg. E Elvis, que é aquele professor que acolheu Carol como filha.

Nossa turma então se encontra constantemente com esses manos e todas as vezes tem a bunda chutada. Na maioria das vezes teria como ganhar, mas o jogo não deixa, como já é de costume. Até que conseguem apoio da ala moderada na figura do Capitão Bartholomew e do Golem Asgard.

O capitão revela quem é o maldito Johnny, que estava esquecido no churrasco até o momento. Ele diz que esse cara é uma lenda, que tem haver com a colonização de Filgaia, mas que o nome também é usado para denominar o líder dos Veruni. Que um diz foi Barth, mas que no momento atual é Avril!! Isso aí, nesse momento descobrimos que Avril é a líder da nação Veruni. E não só isso, ela é uma Veruni radical que não foi para o espaço a 12000 anos e ficou congelada para quando geral voltasse ela ativasse um sistema chamado TF que vai melhorar as condições de Filgaia. Esse congelamento também é o motivo de Avril ser conhecida como Rainha do Gelo.

Muitos eitas nesse ponto! O capitão acredita que Avril perdeu a sua memória devido a um ataque que os moderados fizeram à base radical para impedir a ativação do TF. Isso porque o TF pode de fato melhorar Filgaia e até curar a doença Veruni, mas no processo vai matar a humanidade. Isso já não é eita, pois já vimos esse conceito em vários outros games.

O capitão também avisa que Volsung quer Avril para ela ativar o TF, mas que sem ela nada vai acontecer. Como a Avril sem memórias virou um doce de pessoa convivendo com a nossa turma e viu os absurdos que estão rolando com os humanos, tudo safe né mesmo? Ela até recupera suas memórias e nada acontece, GG, end game!

Claro que não, pois Volsung tira uma carta do cu, não da manga e usa uma tal de Lágrima Negra (referência ao game 1) e consegue energia para ligar o TF. Legal que a energia vem do sacrifício de vários Veruni que estavam sofrendo da doença aquela, pois o mano não está para arreganho.

Assim, nossa batalha final começa. Nossos heróis vão até 4 torres guardadas pelos sentinelas para diminuir as defesas da torre onde o sistema vai ser usado. Tirando Kartikeya que é um monte de merda, todos os sentinelas se arrependem de tudo e até ajudam na luta contra Volsung no final. Que está nessa torre que comentei e é sumariamente derrotado pela nossa turma antes de destruir a humanidade.

Pelo menos era isso que a gente pensava, já que na realidade Volsung não queria usar o sistema TF. Só queria sugar a energia dele para destruir tanto a humanidade quanto os Veruni. Como ele é um mestiço, sente raiva de ambos os lados e quer que tudo vá para o caralho! Sem nenhuma distinção mesmo! Filho da puta, mas pelo menos é justo.

Muitos ataques de golens começam a rolar em Filgaia, mas com o apoio dos sentinelas, de Nighburn que não morre no confronto com a turma e um monte de NPC’s genéricos que não lembro o nome, nossa turma parte para enfrentar o vilão em seu castelo final. Lá nem preciso dizer que a sumanta é solta para o lado dele, ainda mais sendo fácil chegar ao LV 100. Mesmo assim o mano invoca um golem alá Megazord e a treta não termina.

Asgard e o capitão aparecem para parar o cara e no maior estilo Seiya Asgard ganha mesmo tomando um sarrafo descomunal. Nossa turma então enfrenta mais uma vez Volsung, que está envolto no espírito do ódio das pessoas que falharam ao reunir as duas raças. É, nos é revelado que Volsung também tentou fazer o que Dean está fazendo, mas falhou e foi possuído por esse bendito espírito de vingança. Esse é o motivo do cara querer matar geral, mas é tão ruim que vamos esquecer essa parte e dizer que foi ele quem fez tudo sozinho e só.

Derrotando o espírito… quer dizer Volsung, nossa turma sai da torre e explica para o mundo de Filgaia que aquele é o dia da independência das duas raças. Eles voltam para a torre do TF no meio da briga entre Asgard e o golem do Vols para quem ficou perdido.

Tudo é alegria, até que o bendito espírito de vingança aparece para reativar o sistema TF. É, aqui não posso fugir dele. Nesse momento Avril, que é a única que manja da parada, afinal foi ela que programou o troço, se sacrifica para que o lance não seja ativado. Antes ela declara seu amor a Dean, pois o rapaz tem a famosa pica de mel. Ela não chega a morrer, mas perde mais uma vez suas memórias, pois joga sua consciência no passado para parar a máquina antes de tudo acontecer.

Essa parte é puro cogumelo e chá de fita cassete, mas no final sobra apenas uma nova Avril e uma carta que a atual deixou. Ela explica que essa sua consciência vai ficar presa nesse looping desde o início do game e o sacrifício, mas que se sente feliz por poder reviver várias vezes as aventuras da turma. Eu acho isso triste para caceta, mas se a moça está feliz quem sou eu né?

No final tudo fica bem, Dean, Avril sem memórias e o resto da turma começam os trabalhos para a integração entre as raças. Volsung mesmo tendo feito merda para cacete vai em uma viagem para se entender e todos esperam que o mano não volte a fazer caca. Eu tinha matado ou jogado na prisão, mas até aí também quem sou eu?

Ahh, e Elvis descobre uma forma de curar os Veruni usando os médiuns que são uma ponte para se conectar com Filgaia. Muita droga isso aqui também! Mas é isso, tudo ficou bem no final.


Obviamente que isso aqui é um resumão do resumão, sem nem arranhar o que é o game, então se não consegui passar a qualidade narrativa, foi erro inteiramente desse escritor merda. Não tenho outra coisa a não ser dizer que esse jogo vale a pena ser jogado. Ele é bem desafiador, bem complicado em certas partes, ainda mais no 100%. Mas vale a pena cada umas das 120 horas que gastei nele, e lhes recomendo fortemente.

Para acabar é isso, espero que todos tenham gostado e não sejam racistas de qualquer forma. Nossa isso ficou muito pesado, melhor terminar dizendo que se você for possuído por um espirito ruim procure uma igreja ou o Spooky House (por sua conta e risco esse último).

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