
Virtua Fighter
Virtua Fighter é o pai dos games de luta 3D. Ou até poderíamos dizer avô ou ainda quem sabe bisavô. Tudo vai depender da idade de quem está lendo esse post. E não estou exagerando não, esse cara aqui é literalmente o primeiro game de luta 3D que se tem ciência. Pode ter um paquistanes que inventou algo nesse sentido em 1947 e ninguém sabe? Pode, mas infelizmente ao que nos cabe, VF é o primeiro de seu tipo. Ele foi muito revolucionário no seu lançamento e teve muito adolescente que quase morreu do coração ao ver esse show de realismo. E dizer que hoje ainda dá para quase morrer se você pegar para jogar, mas por motivos diferentes. Um deles é a IA desgraçada apelona virada no Jiraya e outro é pela dor nos olhos que esses bonecos feitos de Tetra Pak causam. Puta como envelheceu mal isso aí, bicho!! Chuto que nem a Gretchen com 32 casamentos e 62 esticadas no rosto não envelheceu tanto quanto esse amigo. Confesso que vai ser difícil manter o devido respeito ao longo do post com esse jogo histórico. Vou tentar, eu prometo, mas não sei se vai dar não. Me desejem sorte.
Ficha Técnica
| Publisher | Sega (tem que tirar o chapéu) |
| Desenvolvedor(es) | Sega AM2 (que parece nome de celular tijolão, mas é uma developer pika) |
| Diretor | Yu Suzuki (esse nem dá para fazer piada tamanha Aura) |
| Produtor | Yu Suzuki |
| Designer | Yu Suzuki Seiichi Ishii (que só fez Tekken e Soul Edge tb) |
| Artes | Kōichi Mizuho |
| Músicas | Takayuki Nakamura Takenobu Mitsuyoshi |
| Plataforma | Arcade (Model 1) Arcade (Model 2) (versão Remix) Sega Saturn Sega 32X Windows |
| Lançamento | Arcade na Japa – 29 de outubro de 1993 Saturn na Japa – 22 de novembro de 1994 Saturn e 32X resto do mundo – 1995 Windows – 1996 Saturn na Japa versão Remix – 25 de abril, 1995 Saturn resto do mundo versão Remix – 27 de julho, 1995 Arcade na Japa versão Remix – 1995 Windows versão Remix – 1996 |
Resumão para não ficar perdido
O gira teta do momento se passa no grande torneio de artes marciais conhecido como World Fighting Tournament. Torneio esse que tem como o intuito achar os melhores dos melhores para que eles provem seu valor como grandes porradeiros. Ou pelo menos é isso que a empresa que organiza a bagaça fala nos posts de divulgação no X e Instagram. Já que na real a empresa chamada Judgment 6 (J6) está mais afim de coletar dados dos lutadores para criar soldados biotecnológicos perfeitos. É, os carinhas acham que estão participando do UFC, mas na real estão servindo de cobaias de laboratório. E falando nos carinhas temos participando da treta Akira Yuki, um karateca que só quer provar que é o melhor, Pai Chan, uma atriz lutadora de kung-fu que quer se provar melhor que o pai, Lau Chan, que é justamente o pai da Pai (eu sei, confuso), Kage-Maru, um ninja que está atrás de sua mãe desaparecida, Jeffry McWild, pescador australiano que precisa de grana para arrumar seu barco, Wolf Hawkfield, lutador de luta livre que quer se provar fora dos ringues, Jacky Bryant, piloto de corridas porradeiro que está atrás de sua irmã que foi sequestrada por Lau, e Sarah Bryant, que é justamente a irmã de Jacky que está sob controle da J6. Realmente não sei quem ganha o torneio de verdade, só sei que esse mano enfrenta Dural no final, que é um robô criado pela J6 misturando todos os estilos de luta do torneio, ou seja, um completo desgraçado em forma de metal!!

Lorota
me passei, me passei.
E começamos com a pergunta de milhões… games de luta precisam ter trama ou só uma lore simples já serve? E a resposta não é simples, pois depende muito. E depende principalmente de quem está com as mãos atrás do joystick. No meu caso, sim, precisa ter uma trama. Me desculpem aos que são da opinião contrária, mas depois que joguei os games de luta mais novos, como os novos MK, que tem um modo história, nunca mais fui o mesmo. Eu sei que na época que se dava guaraná para peixe a coisa era mais complicada e tínhamos limitações técnicas, mas não vejo o porque não ter pelo menos um modo onde você segue algum tipo de ordem cronológica. Podia ter o modo arcade sem trama, mas podia muito ter esse outro que comentei também. Dando o exemplo aqui, poderíamos ter como protagonistas Jacky ou Kage que estão buscando seus parentes perdidos e no desfecho eles entenderem os planos malignos de mais uma empresa filha da puta dos games, a J6. Ou até poderíamos seguir o caminho da Pai Chan querendo meter a chibata na cara do seu Pai. No caso Lau Chan e não nela mesmo. Sei que é confuso esse monte de Pai para cá e para lá, mas estou falando do Pai mesmo e não da Pai, que ela tem o seu Pai de verdade no jogo e ele é meio vilão. Acredito que tenha me perdido um pouco, mas acho que vocês entenderam o ponto que seria interessante ter trama no game. Ficha de personagem com hobby, tipo de sangue e trabalho é meu ovo e breve descrição no manual é meu ovo 2. Só não dou nota zero, pois ainda existe a bendita lore que eu acho interessante. Empresa evil fazendo merda é clichê do clichê de games de luta, mas acredito que sempre é uma boa pedida. Abraços para Shadaloo e Mishima Zaibatsu!!
NOTA: 0.5

Playada
Rústico.
E vamos de desrespeito? Vamos!! Vamos!!! Pois é, o que eu digo para vocês aqui de um game que só tem botão de movimentar, soco, chute e defesa? Que ele se vira bem podendo ter ataques a curta, média e longa distância, podendo ter ataques aéreos, podendo ter ataques abaixados, podendo ter agarrões e combos. Sério, é incrível fazer tanto com tão pouco, o problema é que dificilmente os comandos saem. Vi que a versão de arcade e a Remix melhoram o tempo de resposta dos botões, mas a versão de Saturn, que foi a que joguei, é para quebrar o controle na parede. Manos, é de enlouquecer apertar, apertar e aperter certo as sequências e os golpes não saírem. Ainda mais com a porra dessa IA que depois de algumas lutas vira o demônio na terra. PUTA QUE ME PARIU, que raiva dessa porra. Eu joguei no normal, mas as últimas lutas são tão desgraçadas que parecia que estava no ultra mega very very very hard. Posso estar sendo leviano aqui, mas essa bosta lê os seus movimentos. Joguei a acusação mesmo e me processem!! Você ataca por baixo, a merda pula, você pula, a merda agacha, você defende, a merda te agarra, você dá soco, ela dá um chute que é mais rápido que o soco. Tomar no CU!! Sem falar que essa porra calcula muito rápido as distancias para não ser atacada. É foda, é foda, é foda, nada que é do pobre funciona!! E não funciona mesmo, pois tem muita coisa com péssimo balanceamento. Os golpes causam muito dano, quando seu personagem cai demora demais para levantar a ponto de tomar ataques caídos no chão na covardia direto e as arenas são tão pequenas que qualquer deslize é derrota por ring out. Entendo que esse carinha aqui é quase que um protótipo, mas não posso negar minha frustração e hemorroida estourada. Ele é rústico, duro e bruto? Muito, tanto que só tem modo arcade, VS e opções para escolher na tela título sem música, mas não precisava zoar tanto com a gente. Se os controles respondessem um pouco melhor, acredito que seria diversão pura ainda nos dias de hoje. Desse jeito é dureza e é melhor ir nos games mais atuais. Só não dei nota de filha da puta, pois respeito o que o game é. Porra ele é o primeiro game de luta e é de 93. De fucking 93!! Posso ter cagado em cima, mas uma nota média eu tenho que dar, se não vão pedir minha demissão no meu trabalho. Esse cara aqui mesmo sendo simples, consegue implementar super bem os estilos de luta de cada personagem e é foda para caceta ver que temos boas diferenças de um mano para outro durante a pancadaria franca. Uns são mais lentos, outros mais rápidos, um o foco é chute, outro é agarrões, tudo bem implementado dentro do que podia ser feito. Se bem que o pulo te leva quase para a lua, outra coisa desbalanceada e até feia. Melhor dar uma notinha simbólica de 1.2 pelo valor histórico e não falamos mais nisso. Já passou, já passou.
NOTA: 1.2

Barulhama
Começando com o pé direito.
Caras, isso aqui também é história sendo construída. Não vejo muita gente falando sobre a trilha sonora desse jogo, mas ela com toda a certeza fundamentou totalmente esse estilo de games de luta mais realista. É uma mistura de rock, pop e música eletrônica, que é só escutar 5 segundos para saber que está em um jogo de pancadaria super técnica. Você entra na pancadaria com sangue nos olhos e louquinho para sentar a chibata no adversário. No final você que acaba tomando a chibata se for contra a CPU e fica frustrado, mas isso não tira o bom encaixe das músicas. Só não dei nota máxima, pois não acho bom os barulhos de golpe, que são bem repetitivos e sem o impacto real, tem poucas intervenções do narrador e não acho as músicas memoráveis. As músicas encaixam bem como um todo, como disse, mas não ficam cravadas na mente ou fazem referência direta a um cenário ou personagem. Imagino que isso deva melhorar ao decorrer da série e aí sim eu consiga dar o 10/10 do quesito.
NOTA: 2.0

Batom no Porco
Sendo honesto com vocês.
Calmem, calmem e calmem!! Antes de sair me xingando, entendam que não estou falando dos gráficos e sim da direção de arte. Seria injusto eu vir aqui e falar mal de algo que sim envelheceu mal para caralho. Não tem como dizer que não, jogos 3D dessa época aí são duros de se olhar hoje em dia. Então a nota ruim não tem haver com os gráficos e sim com esses personagens que acho qualquer coisa. Olhem bem para eles e me digam se eles são bons em termos de estilo artísticos? Peguem imagens em mais alta resolução por aí e me digam se eles são bons? Não são gente, esse bando de mal acabados parece uma mistura de gente de academia, de crossfiteiros e clichês de filme do Jackie Chan. Caralho, tem até um ninja no meio para fechar todas. Eu entendo que o lance é ser mais próximo da realidade, mas aqui faltou um capricho no carisma dessa gente. O Jacky está só usando um collant meu povo e minha pova, não dá não. Também dá para colocar na conta os cenários que não dizem muito e tem zero detalhes. Nem preciso dizer que sei das limitações de novo, mas que dava para ter colocado uns detalhezinhos, acho que dava. Era um PNG safado o fundo, dava para ter pintado umas arvorezinhas, uns bichinhos ou até um plateia aqui e ali. Só não dei nota 0 para esse quesito, pois gostei muito do sorrisinho que os carinhas dão quando são selecionados. Até coloquei um gif mais acima para vocês também presenciarem essa maravilha. É tosco? Muito e não sei se o efeito causado na gente é o esperado pelos designers, mas que eu gosto, eu gosto.
NOTA: 0.3

Fator Nostalgia
Um dos meus filhos únicos.
E não é que Virtua Fighter é um dos pouquíssimos jogos de Saturn que joguei quando era um ranhento descabelado? Joguei ele, um Fifa e um outro game de carro na casa de uma amiga de infância que tinha o console. Pois é, e não é que acabei revivendo um trauma de infância quando relembrei o nível de pau no cuzisse que é jogar no modo arcade? Se agora que sou mais malakoi do hebraico já foi treta, imagina como era para uma criança de 10 anos? Lembro de passar a tarde inteira apanhando e não conseguir de forma nenhuma ultrapassar a barreira do maldito Lau Chan. Maldito bigode chinês esteriotipado beirando a xenofobia!! E o pior de tudo é que essa história nem teve um final feliz, já que não me casei com a minha amiga de infância como deveria ser. Ela casou com outro e tem dois filhos e eu estou aqui, escrevendo post sobre jogo que deveria ficar enterrado no passado. Enfim, a vida tem dessas coisas.
NOTA: -0.5
Por que perder tempo com essa bosta?
Só posso pensar por causa do valor histórico. Se você quer ver como foram os primórdios dos games de luta 3D, esse cara vai te dar uma chuva de referências. Muita coisa que foi criada aqui serviu de base para grandes jogos desse estilo sem sombra de dúvidas. Se você for um amante de jogo de gira teta, dedo no cu e gritaria e puxão de cabelo e estiver disposto a relevar os erros de balanceamento do bisavô do estilo, é cair para dentro sem medo. Vai ser difícil se divertir, mas pelo menos você vai ter uma experiência próxima como é olhar para a Monalisa original. Dando as suas devidas proporções obviamente.
Por que não perder tempo com essa bosta?
Porque assim como você não consegue entender o seu bisavô nos dias atuais, também não vai entender esse joguinho nos dias atuais. Assim como seu biso, ele tipo vai meter umas frases machistas e racistas do nada e você vai ficar pensando se faz sentido mesmo tentar corrigir, sabe? A parada é de outros tempos, com outros costumes e já não tem mais o que a gente possa fazer. É baixar a cabeça, seguir em frente e relevar as coisas fora da casa, sabendo que hoje o mundo é melhor. Sim, uma puta analogia só para dizer que o game é datado para caceta e de difícil playada. Não é que seja ruim, assim como seu bisavô não é, só é fruto do seu tempo e já deu o que tinha que dar.
Avaliação da Playada
| Tempo de Jogo | 02:10:00 (de pura dor e sofrimento) |
| Save State | 0 |
| Detonado | 0 |
| Trapaças | 0 |
| Game Over | 98 (esse foi o tamanho da surra que tomei e posso ter perdido alguma no caminho) |
| Zeramento | sim (com aspas, sendo que não ganhei da Dural) |
| 100% | não lista: Zerar no Difícil (se no normal já é carne de pescoço) Zerar com todos os Personagens (1/8 – Fui de Pai Chan na veia) Estágio Bônus (não derrotei a Dural, ainda bem que não é obrigatório) Reprodução de todos os Golpes (infelizmente poucos saem de verdade) |
| Resultado |
Avaliação do Querido
| Lorota | 0.5 |
| Playada | 1.2 |
| Barulhama | 2.0 |
| Batom no Porco | 0.3 |
| Fator Nostalgia | -0.5 |
| Total | 3.5 |
| Dificuldade | melhor cair de moto |
| Resultado | |
| Conclusão | um game com uma carga histórica gigante, mas que é dureza de jogar atualmente |