
Grandia: Parallel Trippers
Grandia: Parallel Trippers é um joguinho peculiar da saga Grandia, lançado para o portátil quadradão da Nintendo, Game Boy Color. Quando eu era um jovem mancebo sem nenhum cabelo branco e hemorroida, só os ricos dos ricos tinham um desse, falar para ocês. Sério manos e minas, quem tinha um desse quando criança, com toda a certeza não chegou perto de passar uma necessidade na vida. O bichinho era caro por si só e os cartuchos eram de ficar sem jantar por uma semana. Hoje os gaimeles que não falam de amor estão os olhos da cara? Sim, com certeza – abraços Gamepass -, mas não vão achando que um dia eles foram baratos que vocês vão errar feio e rude. Era barato comprar 5 DVD’s piratas na banca do Baiano, onde só funcionavam dois quando você chegava em casa e um deles ainda não tinha nada haver com a capa, durante a época do PS2, mas comprar o real da realidade sempre foi treta bicho. Treta assim como é esse carinha aqui, que me pegou na curva. Poxa, seguindo os games anteriores, fui achando que ia ser molezinha, só para tomar no meu cu, com um game bem desafiador. A parte de exploração até é bem tranquila, mas as batalhas é que deixam o suco mais amargo. Ainda mais que ele é meio que um jogo de cartas travestido de RPG. Pois é, o negócio é um daqueles carteados de difícil compreensão e que pode nos trazer sérias consequências para a vida. Tipo o truco valendo o toba, sabem? Se não sabem, recomendo procurar na internet e perceber o drama antes de seguir aqui comigo. O troço é feio!!
Ficha Técnica
| Publisher | Hudson Soft (BY HUDSON!!!!) |
| Desenvolvedor(es) | Game Arts (sim, mais uma vez ela, que mal conhecia, mas hoje sou expert) |
| Diretor | Tatsuo Masuda Noriyuki Saeki |
| Produtor | Yoichi Miyaji (tudo em família como sempre) Masanori Yoshihara Hiroyuki Mikami |
| Designer | Masayuki Shimada Makoto Nishimaki Koichi Noda |
| Artes | Hiroaki Oue Natsuko Hoshino Hideki Ujiie Atsuko Nishida (esse monte de gente, pois ninguém foi creditado como diretor) |
| Músicas | Noriyuki Iwadare (também figura carimbada) |
| Plataforma | Game Boy Color (GBC) |
| Lançamento | 21 de Dezembro, 2000 (só na Japa) |
Resumão para não ficar perdido
Na coisarada da vez, acompanhamos o minigamero Yuuhi, que é isekaizado para um outro mundo junto com seus dois amigos Mizuki e Shirou. Sabem como é né, foram brincar na parte abandonada da escola e foram pegos por um vento mágico da puta que pariu. Quem nunca? Nesse outro mundo o trio acaba se separando e nosso mano Yu é encontrado por Sue, a menina espevitada de cabelos roxos de Grandia. Ela por sua vez leva nosso carinha para falar com Liete, que tem mais informações do que está rolando, afinal a moça desde o primeiro game é nossa doutor roteiro. A milf então explica que um tal de Gulgan está avacalhando os multiversos e que para pará-lo devem ser encontradas 3 chaves que o prendem para sempre numa torre branca. Yuuhi fica sem entender nada desse papo, afinal é uma criança do colegial, mas se junta na caça, pois selando o bicho pode ir de volta para seu mundinho sem Furries. Assim ele parte em aventura atrás das chaves e seus amigos perdidos com a ajuda dos personagens de Grandia (Sue, Justin, Feena, Gadwin, Mila, Rapp e afins) e de um bichinho fofo rosa chamado Pinky que tem N habilidades úteis no bolso.

Lorota
Quer ganhar no carisma.
Pois é meu povo, minha pova, meu ovo, minha ova, temos mais um multiverso na jogada. Me parece que toda a saga longeva, seja de games, séries, livros ou filmes, um dia cai nessa parada. Não tem mais história? Acabou a criatividade? Mete um multiverso, múltiplas timelines, que vai dar bom. Dito isso, essa questão é um problema? Não, porque nem sempre. Até porque nada impede de termos uma boa história envolvendo o conceito. Que é o que acontece em Parallel Trippers, certo? Também não, porque nem sempre. Afinal a trama de Grandia PT, é só um pano de fundo para uma aventura fofinha, que se pauta basicamente no amor que sentimos pelos personagens originais. Na moral, fodasse Gulgan, vários mundos, Yuuhi e seus amigos, eu quero mesmo é jogar mais um pouco com minha amada e destrambelhada Sue. A trama cumpre o seu papel mesmo sendo simples, mas vamos lá né minha gente, o que o pessoal da Game Arts queria era pegar os marmanjos na nostalgia. O que acho justo, se tratando de um jogo de portátil bem descompromissado. Dava para ter uma trama foda e ainda sim cheia de referencias aos amados personagens do primeiro jogo? Dava, mas não era o que precisava e o que tem aqui me serve. Imagina que bacana seria ser sugado para dentro do game que você tanto ama? Não ia ser daora? Acho que não, pois o mundo de Grandia é cheio de capirotos querendo comer o seu rabo a cada esquina. Tirando isso, é o sonho de qualquer criança ou adulto infantil. Sim, mais uma vez estou sendo injusto com outros games, mas já ressaltei várias vezes que esse é o padrão aqui. Só não dei uma nota boa de verdade, pois existe um triângulo amoroso entre o trio de protagonistas que achei bem forçado. Não estraga tudo nem nada, mas achei que podendo evitar seria melhor, até porque estamos falando de 3 crianças. Que eu sei tem a tendência de exagerar qualquer tipo de reação, mas a dor de corno sofrida por Shirou é deveres demais ao meu ver. O game também tem um plot twist envolvendo o fofíssimo bichinho rosa chamado Pinky, mas é tão telegrafado, tão telegrafado, que não surpreende nem os mais desligados. Qualquer um saca fácil. Enfim, mais um game com a trama funcional para a proposta e tenho dito.
NOTA: 1.5

Playada
Tipo trakinas meio a meio.
Caras, confesso que esse jogo aqui foi uma das surpresas do ano para mim. Não no sentido de ser uma grande hidden gem, mas mais no sentido de não esperar o que encontrei. Achei que ia dar de cara com um JRPG do mais rústico possível e dei de cara com um zeldinha like misturado com jogo de cartas. Pois é, que misturada doida, né mesmo? Como disse, fui pego de surpresa totalmente. Sendo assim, vou separar em duas partes a coisa. Vou falar da parte zeldinha primeiro e depois da parte de cartas. Até porque gostei muito da primeira e nem tanto da segunda. Já expliquei em algum outro post que sou muito fã do estilo Zelda das antigas de exploração de dungeons. E qual foi a minha felicidade quando vi que a exploração dos mapas do jogo aqui segue quase que exatamente esse estilo. Sério, me senti jogando um Oracle of Seasons ou Link’s Awakening, que são jogos de Zelda também de GBC. Tem elementos de plataforma, tem como correr, tem puzzles, tem segredos, tem baús para tudo que é canto, tem skills de uso no mapa (usando o Pinky), tem mapa separado em quadradinhos, tem backtracking, ou seja, é quase um Zelda da vida mesmo. E dizer que ele é ainda melhor, pois o mapa point and click e os warp points (TP) ajudam demais na navegação, algo que não tem nos games que citei. Poxa é lindo, pena que vem a parte das batalhas e dá uma cansada. Não é que o sistema de cartas seja ruim ou não seja divertido, ele só sofre das limitações de estar dentro de um portátil do tempo dos sumérios. Você pode equipar as cartas de ação, que são separadas em armas e magias, nos personagens, mas a tela vai ser tão mal projetada que vai ser melhor tomar um soco na cara que usá-la. É falta de informação, é lista sem ordenação clara, é falta de atalho, é falta de filtro e você sofrendo para fazer algo que deveria ser corriqueiro segundo a proposta do game, o build dos personagens. Vejam, o conceito não é ruim, usar cartas como as skills levando em conta as aptidões dos personagens, agora nessa tela limitada é dor e sofrimento. Sofrimento esse que também ocorre na tela de gerenciamento de acessórios equipáveis, pois também temos os mesmos problemas nela. Algo que também rola na tela de fusão de cartas, que ao invés de trazer aquele sentimento de descoberta ao criar cartas, só traz frustração pela perda de tempo. Sei que é foda reclamar das listagem de um game tão simples, mas não posso fechar os olhos sendo que elas atrapalham muito a qualidade de vida do jogo. Não que esse também seja o único problema, já que também temos umas erradas feias de design nos combates. Que rolam 3 contra 3 quando você entra em contato com os monstros que estão procurando treta no cenário e tem o mesmo conceito de timeline de ações dos jogos com mais grana da série. A treta aqui é a falta de feedback e até mesmo a lentidão que acontece a cada escolha de nova ação por meio dos nossos manos ou dos monstros. Sai aquele estilo frenético quase em tempo real do Grandia 1 e 2 e vem uma cadência quase de jogo de tabuleiro. Se pararmos para analisar, até faz sentido levando em conta que estamos em um jogo de cartas, mas levando em conta que vamos ter diversas “partidas” dessa, uma hora o esquema só fica massante. Se os inimigos não dessem respawn a cada troca de sala, acho que até não me pegaria tanto, sabem? Até porque a estratégia dos combates é bem interessante. Foram implementadas mecânicas de posicionamento na timeline para ganhar efeitos nos ataques e combos que dão uma boa diversificação nas tretas. Se tivessem seguindo firme as batalhas de cartas, acredito que estaria tudo resolvido na moral. Tira ganhar XP depois das lutas, subir nível de skills, uso de itens (que inclusive só rola fora das batalhas) e uso de AP para usar as cartas e foca nas batalhas de cards que estaria de mais bom tom ao meu ver. Ainda mais que o game é bem complicadinho e confesso que não teria zerado se não tivesse dado uma bisolhada na internet. Não me considero um grande gamer, mas minimamente consigo me virar bem em RPG’s. E aqui foi a primeira vez que acreditei que não conseguiria dar final em um jogo desse estilo. Manos o último chefe dessa porra é para colocar os dois dedos no cu e rasgar. O cara tem cartas que atacam todos com 300 de dano, o cara tem cartas de efeito negativo, tem cartas que curam 150 de HP de todos, tem cartas que causam 400 de dano e só não faz café por não ter dado tempo dos devs terem desenvolvido. Não fosse achar um macete com uma carta exclusiva da Feena em um Detonado, confesso que estava vindo aqui para pedir desculpas. O que corrobora ainda mais com meu ponto, que é a limitação do portátil atrapalhando a implementação das mecânicas básicas necessárias no game. Falta uma melhor explicação dos efeitos das cartas, de quando vai sair um combo, de como você evolui os personagens e mais um monte de coisas que prejudicam um game, que ao meu ver tinha tudo para ser minimamente divertido. Uma lástima mesmo.
NOTA: 1.7

Barulhama
Me causou uma ou duas náuseas.
Caras, que merda, que merda e que merda. Esse carinha aqui tem uma das melhores trilhas sonoras de toda a saga. Sério mesmo, me peguei cantarolando as musiquinhas dele mesmo depois de jogar, algo que não acontece com muita frequência. A pica é que as músicas repetem tanto e são tão barulhentas, que não dá para aguentar 2 horas as ouvindo. Não usei fone de ouvido, mas chegava perto de 2 horas de play e eu tinha que ir lá mutar o “gameboy” para não ter um treco. Puta, confesso que queria vir aqui e dar uma nota foda para ele no quesito músicas, mas não tem como não, sendo que no máximo deixei ligado o esquema durante 5% da minha jogatina. Vamos ficar com uma nota simbólica, que está mais do que de bom tamanho.
NOTA: 1.0

Batom no Porco
Está mais do que bom.
Olhem bem para as imagens que coloquei no post e me digam o que sentem? Vão dizer que não sentem uma simpatia que vem do fundo do coração? Não? Não mesmo? Estou viajando? Então estou viajando mesmo, pois é literalmente o que sinto e senti quando joguei esse carinha aqui. Ele está longe de ter uma direção artística memorável e não seca as cuecas do Grandia original, mas é uma das coisas mais reconfortantes que já joguei. Muito desse sentimento se deve a nostalgia que ele apela se tratando de algo muito similar a Zelda, eu confesso, mas é um estilo que me traz bons sentimentos. Me lembra épocas mais simples, quando não tinha que me preocupar com inflação, gente morrendo por diferença política e gente ruim transformando a vida dos outros em puramente tristeza. Porra, as vezes a gente só quer mesmo um lugarzinho feliz para dar umas voltas com os amigos. Até mesmo os capirotos, capirotescos aqui tem o sprite gente fina saca? Vão te fazer comer um dobrado, mas vão com uma simpatia loca de especial. Parece besteira nostálgica, eu sei, mas na moral o esquema é bem competente mesmo. Sem falar que a ending do jogo, onde os personagens dançam em um palco, me fez muito feliz. Podia ter uma ceninha de anime, claro, mas me senti contente com o que vi e achei digno de uma boa nota.
NOTA: 2.0

Fator Nostalgia
Nem sabia que existia.
E mais um gamezinho que tenho o prazer de conhecer devido ao blog. Na minha humilde infância mal e mal tive um PS1 usado, o que dirá ter o caríssimo gameboy. E o que dirá mais ainda ter grana para ter um cartucho direto do Japão! Não fosse a emulação, meus amigos, esse cara aqui passaria batido até hoje, confessar para vocês, que posso ter melhorado de vida, mas não a esse ponto. Consigo comprar uns joguinhos nas promoções da Steam, mas nada de extravagâncias. Se bem que esses dias comprei o Switch apenas para jogar Bayonetta! Enfim, a hipocrisia de um vídeogamero com um projeto meio destrambelhado.
NOTA: 0
Por que perder tempo com essa bosta?
Confesso que não consigo pensar em algo muito concreto. Ele é um game simpático e diferentão, mas agora a ponto de recomendar para alguém tirar a poeira dele e tentar a sorte? Aí acho que está longe. Ele tem um sistema de exploração legal para quem gosta de um Zelda e um combate de quebrar a cabeça, mas acho que as limitações do portátil o deixam perto do injogável. Para quem quer conhecer a Saga Grandia toda ou gostou do primeiro jogo e quer mais conteúdo com os personagens, pode ser que vale conhecer. Agora mais que isso, acho que não é uma boa pedida.
Por que não perder tempo com essa bosta?
Porque é um jogo com um prazo de validade bem passado como já deixei claro. Gosta de Zelda, vai atrás de um Zelda, pois não compensa muito a parte de cartas. Gosta de um carteado, vai atrás de um Yu-gi-oh de GBC, pois imagino que eles sejam muito mais focados do que o que temos aqui. A simpatia que esse mano exala não compensa uma playada mais forte como já disse. Não é um jogo ruim, longe disso, mas no final do dia é só um joguinho meia boca, que tentou algo diferente, mas não se destacou. No final, ele não era bom nem quando era novo. Sei que essas palavras são fortes, mas são o real sentimento que tive ao encerrar o game. Algo que fiz o mais rápido que consegui, pois chegou um momento que comecei a sentir que estava perdendo meu tempo. Quando um jogo que tem múltiplos personagens e cards para colecionar não te instiga a ir atrás deles, acho que algo deu muito errado.
Avaliação da Playada
| Tempo de Jogo | 16:51:00 (que confesso pareceram bem mais) |
| Save State | 0 |
| Detonado | 4 (tive que ir atrás de ajuda, não nego, pois o game é levemente complexo) |
| Trapaças | 0 |
| Game Over | 1 (sem contar os resets marotos antes da merda agarrar) |
| Zeramento | sim |
| 100% | não Todos os Cards (141 de 275, ou seja, 51%) Todos os Personagens (20 de 29, ou seja, 68%) Todos os Inimigos (101 de 164, ou seja, 61%) Final verdadeiro (passei reto no pós game e só vi no YouTube) (como dá para ver caguei de monte para a parte de colecionismo do esquema e qualquer extra) |
| Resultado |
Avaliação do Querido
| Lorota | 1.5 |
| Playada | 1.7 |
| Barulhama | 1.0 |
| Batom no Porco | 2.0 |
| Fator Nostalgia | 0.0 |
| Total | 6.2 |
| Dificuldade | melhor cair de bicicleta no asfalto quente do verão |
| Resultado | |
| Conclusão | um joguinho bem simpático, com uma exploração que agrada, mas carecia de mais refinamento no resto |